Por Tom Perry
BEIRUTE (Reuters) - O Exército da Síria, com o apoio de ataques aéreos da Rússia, planeja capturar a cidade histórica de Palmyra do Estado Islâmico para abrir caminho para Deir al-Zor, uma província do leste do país, em uma ofensiva que teve início nesta semana, segundo uma fonte próxima do governo de Damasco.
A Força Aérea russa alvejou Palmyra com dezenas de bombardeios desde quarta-feira, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, um grupo de monitoramento sediado em Londres.
Nesta sexta-feira, forças do governo sírio estavam combatendo o Estado Islâmico a cerca de 7 quilômetros do antigo sítio arqueológico, que caiu nas mãos dos jihadistas em maio passado.
Rami Abdulrahman, diretor do Observatório, descreveu a mobilização como um ataque de larga escala, que chamou de uma "verdadeira operação para retomar o controle". A fonte próxima de Damasco disse que o objetivo é "ocupar a estrada de Tadmur (Palmyra) para Deir al-Zor".
O Estado Islâmico explodiu templos e tumbas antigas desde que tomou Palmyra, o que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) classificou como um crime de guerra. A cidade, localizada em um entroncamento no centro da Síria, é basicamente cercada por um deserto.
O grupo islâmico radical não foi incluído em um acordo de cessação das hostilidades que entrou em vigor no dia 27 de fevereiro e trouxe uma pausa nos combates entre o governo e os rebeldes que se opõem ao presidente sírio, Bashar al-Assad, no oeste da Síria.
Desde que a Rússia passou a intervir com ataques aéreos em apoio a Assad em setembro passado, inclinando a balança da guerra a seu favor, países ocidentais vêm criticando Moscou por direcionar a maioria de seus bombardeios contra rebeldes no leste sírio, ao invés do Estado Islâmico.
A captura de Palmyra e avanços mais ao leste na direção de Deir al-Zor, também dominada pelo Estado Islâmico, marcariam o progresso mais significativo do governo sírio contra a facção radical sunita desde o início das ofensivas russas. Com ajuda dos russos, Damasco já reconquistou alguns territórios do grupo, sobretudo a leste de Aleppo.