Atenas, 15 jul (EFE).- Mais da metade dos membros do comitê central do esquerdista Syriza, o partido do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediram nesta quarta-feira ao governo que rejeite o acordo assinado com os sócios europeus por considerá-lo incompatível com os princípios da esquerda e que não resolve os problemas do país.
Em declaração conjunta, assinada por 109 membros dos 200 do comitê central do partido, assinalam que o acordo é "incompatível com as ideias e os princípios da esquerda e sobretudo com o que necessitam as classes mais pobres".
"Este acordo não pode ser aceito pelos militantes do partido", destacam os signatários, que pedem a convocação imediata do comitê central do Syriza.
O texto classifica o acordo de "golpe de Estado" e destaca que seu objetivo é o "extermínio exemplar de um povo que teve a ousadia de pensar que havia outra via possível além do modelo neoliberal da austeridade extrema".
Na reunião do grupo parlamentar do Syriza, que precedeu o debate no plenário, Tsipras pediu aos deputados manter a unidade do partido neste momento "histórico, difícil e crítico", segundo indicaram fontes do governo.
Em seu discurso, o primeiro-ministro afirmou que tinha esgotado todas as possibilidades da negociação e tinha examinado todas as alternativas e pediu aos que não estejam de acordo que proponham uma alternativa eficaz.
Nos últimos dias vários membros do Syriza, entre eles a presidente do parlamento, Zoé Konstandopulu, qualificaram a assinatura do acordo de "capitulação".
Hoje a ministra adjunta de Finanças, Nadia Valavani, apresentou sua renúncia por não poder apoiar as condições vinculadas ao novo resgate.
Também anunciaram sua renúncia o secretário-geral de Seguridade Social, Yorgos Romanias, e o secretário-geral de Economia, Manos Manusakis.