LONDRES (Reuters) - A Coreia do Norte tem a capacidade de disparar uma arma nuclear e usaria um míssil nuclear em retaliação se for atacada, disse o embaixador do país na Grã-Bretanha à Sky News nesta sexta-feira.
"Não são os Estados Unidos que têm um monopólio sobre ataques com armas nucleares", disse o embaixador Hyun Hak-bong à Sky na embaixada do país asiático isolado, em Londres.
Questionado se isso significava que a Coreia do Norte, que abandonou o Tratado de Não Proliferação Nuclear em 1993, tinha a capacidade de disparar um míssil nuclear agora, ele respondeu: "A qualquer momento, qualquer momento, sim."
"Se os Estados Unidos nos atacarem, devemos contra-atacar. Estamos prontos para guerra convencional com guerra convencional, estamos prontos para guerra nuclear com guerra nuclear. Não queremos guerra, mas não temos medo da guerra", acrescentou.
Num discurso em 3 de março, o ministro do Exterior norte-coreano, Ri Su Yong, disse que seu país tinha o poder de deter uma "crescente ameaça nuclear" dos Estados Unidos com um ataque preventivo se necessário.
Ele também denunciou exercícios militares realizados pela Coreia do Sul e os EUA como provocativos.
Os EUA disseram que estão seriamente preocupados com o trabalho nuclear da Coreia do Norte, que alegam que violam acordos internacionais.
A Coreia do Norte realizou três detonações nucleares, a mais recente em fevereiro de 2013.
O comando das forças norte-americanas na Coreia do Sul disse em outubro que acreditava que Pyongyang tinha a capacidade de construir uma ogiva nuclear que poderia ser acoplada a um míssil balístico, embora não tivesse evidências de que o país teria dado esse passo.
Um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano se recusou a comentar "sobre assuntos de inteligência" quando perguntado se a Coreia do Norte era capaz de disparar um míssil nuclear, mas afirmou que os EUA permaneciam "totalmente preparados para dissuadir, se defender e responder à ameaça representada pelo Coreia Do Norte".
(Reportagem de Michael Holden, em Londres; e de David Brunnstrom, em Washington)