Por Alexandra Ulmer
CARACAS (Reuters) - Uma mulher que jogou uma manga na cabeça do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu a promessa de ganhar uma nova casa, em um episódio surreal que se tornou um dos assuntos mais comentados da Venezuela.
O presidente de 52 anos estava dirigindo um ônibus através de uma aglomeração de pessoas no último fim de semana, no Estado de Aragua, quando alguém da multidão lançou uma fruta contra ele.
"Dizia: ‘Se puder, me ligue'", disse o presidente, um ex-motorista de ônibus, durante o fim de semana, enquanto mostrava a fruta com um nome e um número de telefone escritos em sua superfície.
"Marleny Olivo tinha um problema com sua casa. (Autoridades) ligaram para ela. Ela ficou assustada. Não podia acreditar que era verdade... Eu aprovei um apartamento para você, Marleny, como parte da ‘Missão Habitacional Venezuelana'", acrescentou ele, prometendo em seguida comer a manga.
A sempre agitada Internet venezuelana não perdeu tempo em gerar milhares de comentários a favor e contra o ato populista do presidente, assim como inúmeras piadas.
"Se eles dão apartamentos por causa de uma manga, então você sabe o que fazer: jogue um abacaxi nele!", brincou o Dolar Today, um site que fornece a cotação do dólar no mercado negro e é odiado por Maduro.
Como seu predecessor, Hugo Chávez, que morreu em 2013, Maduro coleciona várias solicitações durante suas viagens, embora a maioria seja escrita em papel, em vez de jogadas contra ele em frutas.
Em um hábito que causa deleite entre seus apoiadores mais pobres mas irrita os críticos, Maduro – como Chávez – com frequência dá casas, aparelhos domésticos e pensões de presente a venezuelanos de baixa renda.
No entanto, sem o mesmo carisma de Chávez e com má sorte em relação ao preço internacional do petróleo, a popularidade de Maduro tem caído bastante desde que ele assumiu o cargo.
De acordo com o instituto de pesquisa Datanalisis, 28,2 por cento dos venezuelanos aprovam o modo como ele governa o país.
O número representa uma melhora em relação aos 24,7 por cento registrados em março, provavelmente devido à campanha do presidente contra as sanções impostas pelos EUA a sete autoridades venezuelanas, mas ainda permanece em cerca da metade do nível de quando ele assumiu o cargo.