LONDRES (Reuters) - As duas principais candidatas ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido discordaram neste domingo sobre quão rapidamente devem ser iniciadas as negociações de um plano para a saída dos britânicos da União Europeia.
Theresa May, secretária de Estado e partidária do voto pela permanência no referendo do dia 23 de junho, disse que o Reino Unido precisava ser claro sobre sua posição nas negociações e que ela não se apressaria a iniciar o processo formal de saída neste ano.
Andrea Leadsom, ministra-adjunta de Energia que surgiu nos primeiros dias da disputa em maio como forte rival entre os que apoiavam a saída do bloco, adotou um tom mais urgente, dizendo que o Reino Unido precisa "sair na frente e progredir".
Os britânicos optaram por 52 por cento dos votos pela saída do bloco ao qual se juntaram em 1973, derrotando uma campanha liderada pelo primeiro-ministro David Cameron, que na manhã seguinte disse que iria renunciar devido ao resultado.
Cinco candidatos competem para suceder Cameron nos cargos de líder do Partido Conservador e de primeiro-ministro, número que será reduzido a dois pelos parlamentares do partido durante o verão europeu, antes de o partido escolher o vencedor em 9 de setembro.
Neste domingo, a mídia britânica sugeriu que alguns parlamentares conservadores que apoiam May tentam persuadir Leadsom e outros candidatos a desistirem para que a candidata possa se instalar em Downing Street rapidamente e trazer de volta a estabilidade, além de iniciar as negociações para a saída da UE.
Líderes da UE têm pressionado o Reino Unido a apressar o início de seu processo de saída e assim evitar um período prolongado de incertezas, considerado desestabilizador para os outros 27 Estados-membros.
Uma vez iniciado o processo, começa uma contagem de até dois anos para um acordo sobre os termos da saída da UE.
(Por Estelle Shirbon e Paul Sandle; reportagem adicional de Michael Holden)