SÃO PAULO (Reuters) - A fabricante de suco de laranja Cutrale e o banco Safra questionaram a decisão do Conselho da Chiquita Brands International de rejeitar sua oferta de compra no valor de 611 milhões de dólares, em favor de uma fusão com a irlandesa Fyffes, dizendo que a manobra irá arrasar com o valor das ações e criar turbulências desnecessárias.
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, os grupos Safra e Cutrale afirmaram que sua proposta de aquisição é dinheiro certo, não terá condições de financiamento e dará aos acionistas da Chiquita "uma bonificação convincente e uma multiplicação de valores".
As duas empresas repreenderam o Conselho da Chiquita, com sede nos Estados Unidos, por se ater a um acordo de ações com a Fyffes, anunciado em março. Na declaração, Safra e Cutrale classificaram a Fyffes como "um intermediário sempre vulnerável" e sem "experiência de integração", além de ter uma "grande concentração na Europa justamente no momento errado".
De acordo com as duas empresas, o anúncio da Chiquita e da Fyffes, segundo o qual ambas identificaram uma redução de custos adicional de 20 milhões de dólares em sua fusão, "não somente cheira a desespero mas, mais importante que isso, sublinha a irresponsabilidade e a falta de discernimento do Conselho da Chiquita na divulgação desta transação".
Não foi possível obter comentários de imediato da Chiquita sobre o comunicado conjunto.
O posicionamento ressalta o propósito da Safra e da Cutrale de convencer os acionistas da Chiquita a se mobilizarem contra o acordo com a Fyffes. Em 11 de agosto, Cutrale e Safra ofereceram 13 dólares por ação em dinheiro aos acionistas da Chiquita, um bônus de 29 por cento em relação ao preço no fechamento do pregão anterior.
(Por Guillermo Parra-Bernal)