Por Angus Berwick e Carlos Ruano
BARCELONA/MADRI (Reuters) - A corte constitucional espanhola ordenou, nesta quinta-feira, a suspensão de uma sessão do Parlamento da Catalunha prevista para segunda-feira, colocando em xeque os planos da região de declarar independência da Espanha.
A presidente do Parlamento catalão, Carme Forcadell, considerou que a decisão do tribunal "fere a liberdade de expressão e o direito de iniciativa dos membros desse Parlamento, e mostra mais uma vez como as cortes estão sendo usados para resolver problemas políticos", acrescentando que ainda não decidiu se a sessão será realizada ou não.
A ordem de suspensão agravou ainda mais uma das maiores crises políticas enfrentadas pela Espanha desde o restabelecimento da democracia no país, após a morte do general Francisco Franco, em 1975. Entretanto, a decisão ajudou os mercados espanhóis, afetados nos últimos dias pela incerteza.
A corte disse ter aceitado considerar uma petição apresentada pela legenda antiseparação Partido Socialista Catalão.
Ações e títulos espanhóis, que haviam sido atingidos pela crise política na Catalunha, ganharam força após a decisão da corte constitucional.
O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, disse à Reuters em entrevista que a turbulência estava prejudicando a Catalunha.
"Isso está gerando incerteza que está paralisando todos os projetos de investimento na Catalunha. Estou convencido de que, neste momento, nenhum investidor internacional ou nacional participará de um novo projeto de investimento até que isso seja resolvido", disse ele.