Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira Equinor (ex-Statoil) planeja iniciar a perfuração na área Norte de Carcará, promissora região operada pela norueguesa em parceria com outras companhias como a ExxonMobil (NYSE:XOM), após obter na véspera licença ambiental para até cinco poços, afirmou nesta quarta-feira uma executiva da empresa.
Com a licença concedida na noite de terça-feira pelo Ibama, a empresa poderá avançar com os investimentos no importante ativo, que foi adquirido em leilão de partilha de produção do pré-sal realizado no ano passado, segundo a vice-presidente sênior de desenvolvimento e produção no Brasil, Verônica Rezende Coelho.
A licença incluiu também a perfuração de até sete poços na área Sul de Carcará, já concedidos anteriormente pelo Ibama.
"A gente está se preparando. Acabando um poço de Guanxuma (outro prospecto que está no mesmo bloco de Carcará), a ideia é a gente seguir para a perfuração da área Norte (de Carcará) assim que for possível... Neste ano ainda", disse Verônica a jornalistas, após palestrar na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A expectativa é iniciar a produção em Carcará entre 2023 e 2024, com a entrada em operação de uma primeira plataforma do tipo FPSO.
A empresa aposta no ativo como parte dos esforços para atingir uma meta de produção no Brasil entre 300 mil e 500 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) até 2030, ante os atuais 100 mil boe/d, segundo a executiva.
Além de Carcará, Verônica afirmou que a Equinor prevê perfurar até cinco poços, nos próximos dois anos, nas áreas novas adquiridas nos leilões recentemente realizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Ela reiterou que o Brasil é uma importante região para a Equinor e que deverá receber investimentos de 15 bilhões de dólares até 2030. No entanto, destacou que os ativos brasileiros estão sempre competindo por recursos com outros países do mundo, defendendo que o país precisa ser competitivo.
O objetivo da empresa é atuar em diversos setores de energia no país e, segundo Verônica, executivos da companhia estão estudando como gerar negócios a partir do gás natural brasileiro.
Ela destacou que a empresa vê potencial para que as áreas de Pão de Açúcar (SA:PCAR4) e Carcará produzam volume necessário para atender 25 por cento da demanda de gás natural do país até o fim da década de 2020, caso todo esse potencial possa ser aproveitado.
(Por Marta Nogueira)