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Senado aprova novo marco regulatório do saneamento básico, que segue à sanção

Publicado 24.06.2020, 22:16
Atualizado 24.06.2020, 22:20
© Reuters. .

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto que atualiza o marco legal do saneamento básico, tema polêmico que ganhou força diante da crise provocada pela pandemia da Covid-19, que segue à sanção presidencial.

O projeto foi aprovado por 65 votos a 13.

As novas regras criam instrumentos que facilitam privatizações e ampliam o papel da Agência Nacional de Águas (ANA) como órgão organizador dos investimentos no setor, assim como em áreas como energia elétrica.

O texto também força estatais a disputarem mercados com companhias privadas ao tornar obrigatória a abertura de licitação para contratação de serviços pelos municípios.

Como o Senado preferiu não alterar o texto já aprovado pela Câmara, o projeto seguirá à sanção presidencial. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), confirmou compromisso do Executivo de veto a três pontos da proposta.

VISÕES DIFERENTES

O tema divide opiniões. De um lado, alimenta o temor de desestruturação dos já parcos serviços atuais de água e esgoto do país. De outro, há quem defenda que as regras poderão destravar bilhões de reais em investimentos privados na expansão da infraestrutura.

Essa é a visão do relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que defendeu a aprovação do texto enviado pela Câmara, sem alterações. No fim de 2019, havia grande resistência de senadores ao texto, mas o cenário mudou e a proposta foi aprovada nesta quarta com larga maioria.

"Essa modernização é absolutamente necessária e urgente", argumenta o relator em seu parecer, citando estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a qual "15 mil pessoas morrem e 350 mil são internadas no Brasil todos os anos devido a doenças ligadas à precariedade do saneamento básico, situação agravada pela pandemia da Covid-19".

Tasso expõe, no parecer, a necessidade estimada de 500 bilhões de reais a 700 bilhões de reais para a universalização dos serviços de saneamento no país até 2033, com impactos na economia e na geração de empregos.

"Enfatizo: O novo marco criará valor diretamente nas empresas estaduais e municipais, que já operam no setor. Isso por que a conversão de contratos de programa em contratos de concessão. Com contratos de concessão, as empresas estatais adquirirão maior capacidade de se alavancar, por conta da segurança de seu fluxo de caixa de longo prazo."

Pouco antes da votação, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, defendia a aprovação do texto e o ágil envio à sanção presidencial.

"O que não couber ou convier, presidente veta, parcialmente, por acordo. Só não dá mais pra esperar", publicou a senadora no Twitter.

Emendas que chegaram a ser apresentadas foram retiradas pelos autores sem passarem por votação.

REGIONALIZAÇÃO

Segundo o projeto, a titularidade dos serviços poderá ser exercida pelos Estados em conjunto com os municípios, dentro das unidades regionais em que os territórios estaduais serão divididos, em prestação dos serviços caracterizados como função pública de interesse comum, com previsão de compartilhamento de infraestruturas que atendam a mais de um município.

"A prestação regionalizada, por incluir municípios mais e menos atraentes e não necessariamente contíguos em um mesmo território de prestação, afasta o risco de que qualquer deles, por mais pobre e pequeno que seja, fique fora do processo de universalização", argumentou Tasso, no parecer.

O texto estabelece a data de 31 de dezembro de 2033 como prazo para a universalização, que poderá ser acrescido de mais 7 anos, caso se comprove inviabilidade técnica ou financeira.

EXPECTATIVAS

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem repetido que a persistência nas reformas será crucial para impulsionar a economia após a crise e que o novo marco para o saneamento se insere nesse contexto.

A Secretaria de Política Econômica colocou a aprovação do marco em lista de dez pontos que devem ser enfrentados no pós-pandemia.

Em documento interno visto pela Reuters sobre medidas para a retomada, a equipe econômica avaliou que o projeto traz segurança jurídica e estabilidade institucional para os investimentos, que podem chegar a 700 bilhões de reais para o setor até 2033. O estudo também calculou em 140 bilhões de reais o valor de mercado das empresas de saneamento e disse que sua privatização pelos governos estaduais poderia ser passo "decisivo para o balanceamento das contas públicas destes entes em um cenário pós-Covid".

Na expectativa pela aprovação do marco, as ações da empresa paulista de água e esgoto Sabesp (SA:SBSP3), maior do setor no país, acumulam alta de 98,6% desde fim de março. No período, a ação da companhia mineira Copasa (SA:CSMG3) subiu 79% e a da paranaense Sanepar (SA:SAPR11) avançou 64%.

A Câmara dos Deputados já havia aprovado o texto em dezembro passado e a chegada da pandemia de coronavírus ao país tornou a questão urgente, realçando o despreparo brasileiro com saúde da população e o esgotamento da capacidade do setor público em promover investimentos necessários.

© Reuters. .

Segundo o Atlas de Esgotos da Agência Nacional de Águas (ANA), 45% dos 208 milhões de brasileiros ainda não possuem tratamento de esgoto. O levantamento indica ainda que o país tem mais de 110 mil quilômetros de trechos de rios com a qualidade da água comprometida devido ao esgoto sem tratamento. Desse total, a poluição impede a captação de água em 83,5 mil quilômetros.

A aprovação do marco, no entanto, não deve gerar efeito imediato. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse nesta semana que a aprovação representa o "início da tarefa" de melhoria dos índices de tratamento e perda de água. O banco de fomento modela desestatizações de uma série de empresas públicas de saneamento, incluindo a fluminense Cedae, e a alagoana Casal, que podem ocorrer ainda neste ano.

Maurício Zockun, sócio da área de direito administrativo do escritório Zockun & Fleury (SA:FLRY3) Advogados, lembra que "da aprovação do projeto até ocorrerem as licitações, estamos falando de um prazo 1 ano e meio a 2 anos".

Últimos comentários

A intenção é válida, porém as empresas privadas querem lucro e irão atuar apenas nas cidades médias e grandes. Nas cidades que precisam de saneamento (pequenas) vai ficar pior, pois nestas as empresas estatais atuam com os lucros que recebem nas grandes cidades. Estamos no Brasil, muita ingenuidade achar que empresas privadas resolvem tudo. Se houvesse oportunidade de ganho o saneamento já tinha se resolvido (vide a lei de resíduos sólidos - continuamos na mesma e já fazem mais de 10 anos).
Tudo em nome do mercado financeiro. Será que vai melhorar alguma coisa pra sociedade? A bolsa hoje é só especulação. A bolsa deveria funcionar para capitalizar empresas para gerar empregos e fortalecer a economia do país.
Bem vindo a IboVegas....
CMIG4. 🚀🚀🚀🚀
sanepar com este marco regulatorio , ira avancar muito
Sanepar amanhã é Lua!
Deus lhe ouça meu filho!
amanhã ibov ignora exterior e se descola. e no dia da sanção dispara.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos ia acabar com os lixões do país e vemos a situação atual, esse marco do saneamento vai ser a mesma coisa. Nosso país não tem seriedade, esses q estão doidos por privatizar as estatais do saneamento são os primeiros a colocarem os apadrinhados políticos q não têm conhecimento técnico e só fazem política, ou seja, acabam com a empresa, fora a falta de gestão. Espero estar enganado, mas daqui 10-20 anos não estaremos muito melhores do q hj.
Grande dia !
Pessoal adoro um socialismo e um governo inchado mas tá aqui de maos dadas com o capitalismo.
Kkkkk tem Gado defendendo o Mico, ainda? Bandido de estimacao?
tem mortadela com inveja
Bolsonaro nunca mais perde eleição no Brasil
Bolsonaro não ganha mais nem para síndico do condomínio que mora ele, o 04 e o Ronie Lessa
O Que Faz o País crescer São Os Investimentos Privados, Viva  a desestatização do Brasil. Estatismo = Atraso
Investimento privado nunca será fonte de início de ciclo expansivo. Nunca foi, nem nunca será. O agente econômico chave é o Estado, dentre fartas razões, por ser ele o garantidor da reserva de valor da moeda local
Não, o q atrasa um país é politicagem e burocracia. Exemplo, a Sabesp é uma empresa q dá bilhões de lucro líquido anualmente, está entre as 3 maiores do mundo no ramo em q atua, tem seus problemas como qualquer empresa, mas, no geral, é uma grande companhia. Precisa vender essa fonte de dinheiro? Se os políticos parassem de intervir nas estatais colocando seus apadrinhados incompetentes e sucateando os serviços, tenho certeza q as estatais seriam muito melhores.
é verdade, mas essa verdade é Brasileira ou de países subdesenvolvidos, Brasil é pouquíssimas vezes na história conseguiu um ciclo de crescimento econômico provocado por investimento privado, Nosso país só consegue dar os seus breves "Vôo de Galinha" baseados em incentivos governamental e investimento estatal na Economia. A iniciativa privada no Brasil é acomodada tanto pela desestimulo de investir em um país burocrático e atrasado, como também esperam do governo o início de um ciclo de investimentos de grande porte para alavancar a economia
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