Moscou, 11 jul (EFE).- O Serviço Federal de Proteção (SFO) russo, que tem entre suas responsabilidades garantir a segurança de altos funcionários do governo, comprou 20 máquinas de escrever para evitar possíveis vazamentos de informação através do uso de meios eletrônicos, reveleou nesta quinta-feira o jornal local "Izvestia".
"Após os escândalos com a divulgação de documentos secretos pelo Wikileaks, as revelações de Edward Snowden (o ex-técnico da CIA), as informações sobre as escutas a Dmitri Medvedev (ex-presidente russo) durante a cúpula do G20 em Londres, decidiu-se ampliar a prática de criar documentos em papel", disse ao jornal uma fonte do SFO.
Analistas em segurança explicaram ao "Izvestia" que as máquinas de escrever são usadas na maioria dos serviços secretos e outras administrações públicas da Rússia que trabalham com informação confidencial, como o Ministério da Defesa ou o Ministério de Situações de Emergência.
Enquanto isso, o homem que revelou a trama de espionagem em massa de ligações telefônicas e na internet por parte dos Estados Unidos e Reino Unido continua supostamente na zona de conexão do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, onde chegou há 18 dias procedente de Hong Kong.
Requisitado pela Justiça americana, Snowden não pode abandonar o aeroporto pois não tem um passaporte válido, uma vez que o seu documento foi cancelado pelos Estados Unidos para impedir que ele pudesse continuar sua fuga por seus próprios meios.
O técnico em informática, de 30 anos, ao que tudo indica está escolhendo em que país buscará asilo após rejeitar a opção de se refugiar na Rússia, pois o presidente deste país, Vladimir Putin, condicionou essa possibilidade a ele deixar de atuar contra os interesses dos Estados Unidos.
O destino mais provável para o fugitivo é a Venezuela, embora Bolívia e Nicarágua também tenham lhe oferecido refúgio.
Snowden recebeu uma oferta de asilo da Venezuela do presidente do país, Nicolás Maduro, mas o ministro das Relações Exteriores, Elías Jaua, disse há dois dias que o americano ainda não tinha aceitado a oferta. EFE