Por Josh Smith
SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul relatou nesta segunda-feira que ao menos 116 pessoas inicialmente recuperadas do novo coronavírus voltaram a se infectar, mas autoridades deram a entender que em breve estudarão amenizar as recomendações rigorosas adotadas para evitar novos surtos.
O país só comunicou 25 casos novos nesta segunda-feira, mas o aumento de pacientes "reativados" causou preocupação enquanto o país se dedica a acabar com as infecções.
Autoridades ainda estão investigando a causa das recaídas aparentes, mas Jeong Eun-kyeong, diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC), disse que o vírus pode ter sido reativado, ao invés de os pacientes terem sido reinfectados.
Outros especialistas disseram que exames defeituosos podem estar desempenhando um papel, ou que resquícios do vírus ainda podem estar nos sistemas dos pacientes, mas não serem infecciosos ou ameaçarem o hospedeiro ou outros.
Os 116 casos são mais do que o dobro dos 51 do tipo que a Coreia do Sul relatou uma semana atrás.
A nação planeja enviar 600 mil conjuntos de exames de coronavírus aos Estados Unidos na terça-feira, a primeira remessa do tipo após um pedido do presidente norte-americano, Donald Trump, disse uma autoridade de Seul à Reuters nesta segunda-feira.
Enquanto isso, líderes governamentais pediram ao sul-coreanos que continuem a seguir as diretrizes e restrições a reuniões sociais, mas insinuaram que tais medidas podem ser amenizadas em breve.
A Coreia do Sul pediu à população que cumpra o distanciamento social rígido ao menos até 19 de abril, mas como o número de casos diminuiu e o clima melhorou, uma quantidade crescente de pessoas vêm desrespeitando as diretrizes.
Em uma reunião de gerenciamento de desastres realizada nesta segunda-feira, o primeiro-ministro, Chung Sye-kyun, disse que em breve o governo estudará o afrouxamento das diretrizes, que pedem que as pessoas fiquem em casa, evitem aglomerações de qualquer tipo e só saiam por motivos essenciais.
Alguns governos locais impuseram medidas mais rigorosas, como fechar bares e clubes noturnos, proibir grandes manifestações e limitar os cultos em igrejas.
Chung alertou que, mesmo quando as restrições forem suavizadas, o país não voltará à vida como era antes do surto.