SÃO PAULO (Reuters) - O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta sexta-feira a delação premiada do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, que concordou em delatar um suposto esquema de corrupção na Petrobras em troca de redução da pena.
Zavascki já havia homologado a delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e, segundo a Agência Brasil, a homologação da delação de Youssef abre caminho para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, proponha denúncia contra políticos citados nos depoimentos e acusados de envolvimento no escândalo.
Políticos com mandato têm prerrogativa de foro e só podem ser julgados pelo Supremo, por isso a homologação por Zavascki, responsável pelo caso no STF, era necessária para validar o acordo.
Apesar da homologação dos dois acordos de Costa e Youssef, Janot só deve propor denúncia contra os políticos com foro privilegiado no ano que vem. O Judiciário entra em recesso de fim de ano a partir de segunda-feira.
Em depoimentos à Justiça Federal do Paraná, Costa e Youssef denunciaram um esquema de corrupção na Petrobras pelo qual empreiteiras formariam um cartel para obter contratos de obras da estatal com sobrepreço.
Parte desse sobrepreço seria repassado, de acordo com os depoimentos, a diretores da Petrobras, como Costa, a operadores do esquema, como Youssef, a partidos políticos e a políticos. Costa disse que PT, PP e PMDB recebiam dinheiro do esquema.
O Ministério Público Federal propôs e a Justiça Federal do Paraná aceitou denúncias contra 39 pessoas acusadas de envolvimento no esquema, entre elas Costa, Youssef, representantes de empreiteiras e o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.
(Por Eduardo Simões)