Por Steve Holland
BASE AÉREA Al ASAD, Iraque (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta quarta-feira sua decisão de retirar tropas norte-americanas da Síria durante uma visita surpresa ao Iraque, dizendo que muitas pessoas vão concordar com o modo dele de pensar.
Trump tomou abruptamente a decisão sobre a Síria na semana passada, contra o conselho dos principais assessores, incluindo o secretário de Defesa James Mattis, que pediu demissão no dia seguinte.
Trump disse que havia dito a seus assessores que os EUA sairiam da Síria, mas foi persuadido a ficar, antes de decidir trazer os 2.000 soldados de volta para casa.
"Acho que muitas pessoas vão pensar no meu modo de pensar. É hora de começarmos a usar a cabeça", afirmou o presidente a repórteres na Base Aérea Al Asad, a oeste de Bagdá, onde ele e a primeira-dama Melania Trump passaram três horas em visita a tropas dos EUA.
A base, na província de Anbar, se tornou uma das principais bases dos fuzileiros navais dos EUA após a invasão do Iraque em 2003. Desde que as forças dos EUA voltaram ao país em 2014, a base tem desempenhado um papel central na luta contra o Estado Islâmico, devido a sua localização.
Trump disse que os Estados Unidos permanecerão no Iraque. “Na verdade, nós podemos usar aqui como base se quisermos fazer algo na Síria”, afirmou.
A Reuters noticiou na semana passada que o Pentágono estuda utilizar forças especiais para atacar alvos do Estado Islâmico na Síria a partir de bases no Iraque.
Em sua visita ao Iraque, Trump indicou que não se apressaria para nomear um novo secretário para substituir Mattis, o primeiro titular da Defesa dos EUA em décadas a pedir demissão por causa de diferenças políticas com o presidente.
Trump disse que o secretário de Defesa interino, Patrick Shanahan, que foi nomeado para substituir Mattis até 1 de janeiro, “pode ficar lá por muito tempo”.
Trump tem sido criticado duramente por republicanos, democratas e por aliados internacionais sobre sua decisão de se retirar da Síria por achar que os militantes do Estado Islâmico foram derrotados.
Os críticos alegam que a decisão pode reduzir a vantagem dos EUA na região e prejudicar os esforços diplomáticos para encerrar a guerra civil na Síria, que já dura oito anos.