BOGOTÁ (Reuters) - As negociações de paz entre o governo colombiano e os guerrilheiros das Farc evitaram que 5.000 pessoas morressem ou ficassem feridas em 2014 devido à diminuição de atos relacionados ao conflito, aumentado as esperanças de que o país silencie definitivamente as armas, segundo um comunicado divulgado nesta quarta-feira.
O governo do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, mantém um diálogo de paz há mais de dois anos em Cuba com a organização esquerdista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O objetivo é resolver um conflito armado que já causou a morte de 220.000 pessoas e deixou outros milhões de deslocados ao longo de mais de cinco décadas.
As conversas avançaram mesmo com a continuidade dos confrontos, pois o governo se negou a concordar com um cessar-fogo bilateral, apesar de as Farc terem declarado desde 20 de dezembro uma trégua unilateral e sem prazo.
"Pela primeira vez se registra uma queda na atividade armada. Evitamos cerca de 5.000 mortos ou feridos entre combatentes e civis por efeito desta negociação", disse o diretor da Fundação Paz e Reconciliação, León Valencia, em uma apresentação chamada "O que Ganhamos".
De acordo com o comunicado, as ações ofensivas das Farc ao longo de 2014 caíram cerca de 40 por cento e o deslocamento de pessoas caiu em cerca de 57 por cento, com 97.453 pessoas sendo forçadas a deixar suas propriedades, ante 228.526 registradas em 2013.
Além da queda na quantidade de mortos e feridos em confrontos e ataques, também caiu o número de sequestros por parte das Farc, ainda que as extorsões e saques a oleodutos tenham aumentado.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)