Lima, 18 out (EFE).- A maioria dos países da América Latina passa por um momento de estabilidade econômica e financeira, mas a região tem um dos mais baixos níveis de penetração bancária devido ao desconhecimento dos produtos oferecidos pelos bancos, declarou nesta quinta-feira o presidente da Federação Latino-Americana de Bancos, Oscar Rivera.
A economia na América Latina foi bem conduzida nos últimos anos e deixou de ser o "menino mau" de 20 anos atrás, disse Rivera ao anunciar que Lima será a sede da 46ª Assembleia Anual da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban), entre os dias 17 e 20 de novembro.
O também presidente da Associação de Bancos do Peru afirmou que uma amostra da solidez dos bancos latino-americanos são as entradas de capitais colombianos, chilenos e brasileiros em mercados da América do Sul, América Central e Panamá após a saída de bancos europeus e dos Estados Unidos, afetados pela crise internacional.
No entanto, "o mercado latino-americano ainda é muito virgem em desenvolvimento bancário" porque "há um desconhecimento muito grande de seus produtos" entre a população, acrescentou.
Segundo números da Felaban, os depósitos bancários em 2011 representaram 20,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no México, 26% no Peru, 30% na Colômbia, 45% no Brasil e 63% no Chile.
Rivera destacou a necessidade de os governos apresentarem projetos de investimentos em infraestrutura para atrair os capitais excedentes do mundo e da própria região latino-americana.
Durante a assembleia anual da Felaban se reunirão em Lima ao redor de 1.300 representantes de bancos de 48 países para concretizar mais de 20 mil transações financeiras, além de debater sobre as expectativas econômicas no Brasil e na China, entre outros temas.
O prêmio Nobel de Literatura de 2010, Mario Vargas Llosa, estará a cargo de uma das conferências magistrais em reconhecimento por seu papel como defensor da economia de livre mercado.
O escritor peruano liderou em Lima uma grande manifestação contra a lei de estatização dos bancos em 1987, pelo então presidente Alan García durante o seu primeiro governo (1985-1990).
Essa manifestação "foi a voz de protesto" contra essa lei, lembrou Rivera e "o ponto de partida" da carreira política de Vargas Llosa, que terminou com sua derrota nas eleições presidenciais de 1990, vencidas por Alberto Fujimori. EFE