Bruxelas, 26 jul (EFE).- A União Europeia (UE) teme que a Síria viva uma situação similar a da guerra dos Bálcãs, na década de 90, já que depois que os confrontos entre o regime de Bashar al Assad e os rebeldes se intensificaram, foi constatada uma divisão do território por etnias ou religiões.
"Existe um medo real de que voltaremos à situação vivida pelos Bálcãs", disseram fontes comunitárias nesta quinta-feira, que destacaram que a situação "desesperada" vivida por milhares de sírios deslocados pelo conflito está causando separação de grupos em função de religião ou raça.
A União Europeia decidiu, no começo da semana, ampliar a ajuda humanitária à população síria, tanto dentro do país quanto nos países que abrigam refugiados.
A Comissão Europeia (CE) aprovou, nos últimos dias, o envio de 20 milhões de euros (R$ 49,4 milhões) a mais para ajudar a região, chegando a uma contribuição total de 63 milhões de euros (R$ 155,9 milhões), sendo que 40 milhões de euros (R$ 98,9 milhões) correspondem exclusivamente à ajuda humanitária de emergência.
Já os Estados-membros da UE colaboraram com outros 27,5 milhões de euros (R$ 68 milhões), o que faz com que o bloco europeu seja o principal órgão de ajuda à Síria.
No total, segundo números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), há cerca de 120 mil refugiados.
A Turquia é o país que maios acolheu refugiados sírios, cerca de 45 mil, seguida por Jordânia (36 mil), Líbano (31 mil) e Iraque (8 mil).
Segundo dados da Comissão, 75 % dos refugiados sírios são mulheres com crianças, o que demonstra que a crise humanitária na Síria ataca "os mais vulneráveis".
A ajuda europeia, não se baseia somente em alimentos, atendimento médico e outras necessidades básicas, mas também disponibilizam tratamento psicológico, segundo fontes.
Além disso, a CE calcula que cerca de 30 mil pessoas com passaporte europeu esteja na Síria, e deste número, 90% possui nacionalidade síria.
O Escritório de Ajuda Humanitária da Comissão Europeia (ECHO) dispõe de uma delegação para controlar a distribuição da ajuda em Damasco, mas também no Líbano e Jordânia.
"Gostaríamos de ter mais especialistas na Síria, mas por enquanto não é possível", destacaram as fontes, que lamentaram a dificuldade para obter vistos de entrada no país. EFE