Por Alberto Alerigi
SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de aços planos do Brasil estão avaliando um possível anúncio de novo reajuste de preços do material para distribuidores entre junho e julho, embora a cadeia já esteja encontrando dificuldades para repassar os últimos aumentos, afirmou nesta terça-feira o presidente da entidade que representa os comercializadores, Inda, Carlos Loureiro.
"Algumas usinas estão falando de maneira muito firme sobre novo aumento, como a CSN (SA:CSNA3), as outras usinas estão estudando", disse Loureiro em apresentação a jornalistas. "A CSN está falando entre 5% e 10% (de reajuste)", acrescentou, comentando que o aumento pode ser dividido entre junho e julho.
Segundo ele, em maio, os preços de aços planos vendidos aos distribuidores subiram entre 10% e 18%, acumulando desde o início do ano aumentos de 50% a 52%.
"Os aumentos de maio foram totalmente implantados pelas usinas. Mas já está sendo bastante difícil para a rede (de distribuidores) repassar o aumento (aos clientes)", disse Loureiro.
Ele afirmou que a diferença de preços entre o material importado e o nacional, o chamado "prêmio", está na ordem de 5% a 6%, apesar dos sucessivos reajustes das usinas nos últimos meses, diante da continuidade da alta nos preços do aço nos mercados internacionais.
Em abril, os distribuidores tiveram alta de 5,4% nas vendas em relação a março, enquanto na comparação com um ano antes, quando o mercado estava paralisado pela primeira onda da pandemia, houve incremento 106,7%. A expectativa para maio é de queda de 5% nas vendas ante abril.
O setor terminou abril com estoque de 713,2 mil toneladas de aço plano, praticamente estável sobre o mês anterior. O volume é equivalente 2,1 meses de vendas, abaixo do considerado como ideal pelo Inda, de 2,5 meses.