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Usinas listadas praticamente dobram estoque de etanol no 1º tri da safra 2018/19

Publicado 16.08.2018, 17:06
Atualizado 16.08.2018, 17:10
© Reuters.  Usinas listadas praticamente dobram estoque de etanol no 1º tri da safra 2018/19

© Reuters. Usinas listadas praticamente dobram estoque de etanol no 1º tri da safra 2018/19

Por José Roberto Gomes

SÃO PAULO (Reuters) - Usinas brasileiras com ações listadas em bolsa fecharam o primeiro trimestre da safra 2018/19 com estoque de etanol quase duas vezes maior na comparação anual, dada a estratégia de carregar o produto para comercialização futura, enquanto as reservas de açúcar também cresceram sensivelmente em razão de exportações enfraquecidas pelo país.

Dados compilados pela Reuters mostram que Biosev (SA:BSEV3), São Martinho (SA:SMTO3) e Raízen Energia, joint venture entre Cosan (SA:CSAN3) e Shell, detinham em 30 de junho 1,33 bilhão de litros de etanol estocado, 88 por cento mais ante o observado em igual data de 2017.

Enquanto impulsionam a fabricação para atender ao forte consumo interno de etanol, as usinas também estão guardando mais para vender na entressafra de cana, quando os valores do renovável são sazonalmente mais altos.

Em seu balanço trimestral, divulgado nesta semana, o Grupo São Martinho, com quatro unidades em São Paulo e Goiás, citou a estratégia de carregar estoques como uma das razões para o lucro menor no trimestre.

"Teremos até o final da safra aproximadamente 980 mil metros cúbicos (980 milhões de litros) de etanol para comercializar --tal quantidade representa 87 por cento da produção total do ano", afirmou a companhia.

O mesmo disse a Biosev, segundo maior grupo sucroenergético do mundo, que apresentou o maior incremento nos estoques de etanol dentre as três empresas: 270 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, para 233 milhões de litros.

O analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, afirmou que a estratégia faz sentido graças ao consumo fortalecido e à melhor paridade entre etanol e gasolina em sete anos, mas não descartou riscos.

"Os estoques estão muito altos e vai depender de como a demanda vai reagir quando os preços começarem a subir... Se quando essa alta de preço acontecer, se vai ter demanda suficiente para garantir o consumo dos estoques, é isso o que precisaremos saber", disse.

Conforme Botelho, há a possibilidade de o valor da gasolina, concorrente direto do etanol, cair nos próximos meses, a depender do comportamento do dólar após as eleições e das referências do petróleo. Isso afetaria a competitividade do biocombustível.

"Se a gasolina cair, mesmo que tenhamos uma entressafra longa, mesmo que tenhamos uma quebra de produção de cana, o preço do etanol pode subir menos que nos anos anteriores", acrescentou.

Por ora, na B3, o contrato de etanol para março de 2019, último mês da entressafra de cana no centro-sul do Brasil, aponta o metro cúbico a 1.820 reais, contra cerca de 1.400 reais atualmente.

MAIS AÇÚCAR

Assim como no etanol, os estoques de açúcar também cresceram no primeiro trimestre da safra 2018/19, diante de uma menor demanda internacional, de acordo com o analista da INTL FCStone.

Biosev, Raízen Energia e São Martinho contavam com cerca de 1 milhão de toneladas de açúcar estocado em 30 de junho, alta de 40 por cento na comparação anual. O aumento surpreende na medida em que o centro-sul como um todo vem produzindo menos adoçante e direcionando maior parcela de cana para o etanol.

"A grande questão por trás do aumento dos estoques (de açúcar) no Brasil é a queda na exportação. A Tailândia está sendo competitiva nos principais mercados exportadores", disse Botelho, referindo-se ao segundo maior exportador global do adoçante.

Com efeito, de janeiro a julho os embarques brasileiros de açúcar acumulam queda de quase 25 por cento, conforme dados do governo.

(Por José Roberto Gomes)

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