Bruxelas, 1 abr (EFE).- O desemprego caiu em fevereiro para 9,9% na zona do euro, o que representa a primeira baixa desde que a taxa parou em 10% no final de 2010 e começa a refletir os efeitos da recuperação econômica nos países da moeda única.
Os dados publicados nesta sexta-feira pelo Eurostat, o escritório de estatística do bloco, também mostram uma redução de um décimo na taxa de desemprego de toda a União Europeia (UE), para 9,5%, depois que o desemprego se manteve em 9,6% durante 13 meses.
Na Espanha, no entanto, o desemprego voltou a aumentar um décimo em fevereiro e atingiu 20,5%, o mesmo nível de novembro de 2010, indicam os dados corrigidos pelo Eurostat.
Em fevereiro havia na UE cerca de 23,05 milhões de desempregados, dos quais 15,74 milhões na zona do euro, o que em relação a janeiro representa queda de 99 mil pessoas no conjunto da UE e em 77 mil pessoas nos parceiros da moeda única.
A Comissão Europeia (órgão executivo da UE) expressou uma "satisfação moderada" perante estes dados e pediu "cautela", já que por enquanto a recuperação econômica da UE "não se traduz em um aumento sensível do emprego", segundo disse à Agência Efe o porta-voz comunitário de Assuntos Econômicos e Monetários, Amadeu Altafaj.
O porta-voz destacou a importância de que os países empreendam reformas estruturais "para aumentar o potencial de crescimento e de criação de emprego", e em particular destacou a necessidade de iniciar "modelos trabalhistas mais flexíveis, que se adaptem ao ambiente de saída da crise".
De entre os 21 Estados-membros com dados disponíveis, a Espanha continuou sendo o que apresenta a maior taxa de desemprego.
Além disso, foi um dos únicos quatro países que registraram um aumento mensal, junto a Chipre (7,2%, depois de 7,0% de janeiro), Malta (6,5%, dois décimos mais) e Áustria (4,8%, contra 4,5%).
Depois da Espanha, os maiores números de desemprego foram observados na Lituânia (17,4%) e Letônia (17,3%), embora os dados destes países correspondam ao quarto trimestre de 2010, enquanto no outro extremo ficaram Holanda (4,3%) e Luxemburgo (4,5%).
Quanto às principais economias da UE, a Alemanha registrou uma taxa de 6,3% (dois décimos menos que em janeiro), a França seguiu sem mudanças em 9,6% e a Itália caiu um décimo para 8,4%.
A Alemanha é um dos países "que realizou reformas estruturais e trabalhistas há anos, o que agora está dando frutos", segundo destacou Altafaj, acrescentando que a Espanha "se comprometeu para fazer uma reforma muito ambiciosa neste âmbito".
Em comparação com fevereiro de 2010, quando a taxa foi de 10% na zona do euro e de 9,6% na UE, o desemprego diminuiu em 13 Estados-membros, se manteve estável em dois e aumentou em 12.
As baixas mais importantes aconteceram na Letônia (de 20,1% para 17,3% entre os quartos trimestres de 2009 e 2010), Estônia (de 16,1% para 14,3% entre os mesmos períodos) e Suécia (de 8,8% para 7,6%).
As maiores altas anuais foram registradas na Grécia (de 10,2% para 14,1%, entre os quartos trimestres de 2009 e 2010) e Bulgária (de 9,4% para 11,6%), enquanto na Espanha foi registrada alta de 1,2 ponto de 19,3%.
Por sexos, o desemprego masculino na zona do euro teve uma baixa anualizada de dois décimos, para 9,7%, e de três décimos nos 27, para 9,5%.
O desemprego feminino, no entanto, aumentou em um décimo nos parceiros da moeda única, para 10,2%, e subiu dois décimos em toda a União, para 9,6%.
Entre os menores de 25 anos, o grupo de população mais afetado pelo desemprego, este diminuiu dois décimos em relação ao mês anterior nos países do euro, para 19,4%, enquanto na UE caiu um décimo para 20,4%.
Em fevereiro do ano anterior, o desemprego juvenil foi de 20,5% e 20,9%, respectivamente.
As taxas mais baixas de desemprego juvenil foram registradas na Holanda (7,4%) e Alemanha (7,9%), enquanto as mais elevadas foram as da Espanha (43,5%) e Grécia (36,1% no quarto trimestre de 2010).
Os dados da Espanha mostram um aumento do desemprego juvenil de 0,3 décimos com relação ao mês anterior, e de 3,4 décimos em comparação a fevereiro de 2010. EFE