Por Brenda Goh
XANGAI (Reuters) - O Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) bloqueou a conta da embaixada da China nos Estados Unidos por conta de uma publicação que defendia a política do país asiático em relação aos uigures muçulmanos em Xinjiang, que a plataforma norte-americana de mídia social disse violar sua política contra a "desumanização" de pessoas.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta quinta-feira que estava confuso com a medida e que era responsabilidade da embaixada divulgar a desinformação e esclarecer a verdade.
A conta da embaixada chinesa, @ChineseEmbinUS, publicou um tuíte neste mês que dizia que as mulheres uigur foram emancipadas e não eram mais "máquinas de fazer bebês", citando um estudo divulgado pelo jornal estatal China Daily.
A publicação foi removida pelo Twitter e substituída por um aviso informando que não estava mais disponível. Embora o Twitter oculte publicações que violam suas políticas, ele exige que os proprietários de contas excluam manualmente essas publicações. A conta da embaixada chinesa não publicou nenhum novo tuíte desde 9 de janeiro.
A suspensão da conta da embaixada ocorre um dia depois que o governo Trump, em suas horas finais, acusou a China de cometer genocídio em Xinjiang, uma acusação endossada pelo novo governo Biden.
O governo Biden não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a ação do Twitter.
O Twitter está bloqueado na China, mas foi adotado pela mídia estatal e diplomatas chineses, muitos dos quais utilizam a plataforma para defender agressivamente as posições de Pequim.
"Tomamos medidas em relação ao tuíte que você mencionou por violar nossa política contra a desumanização, que afirma: Proibimos a desumanização de um grupo de pessoas com base em sua religião, casta, idade, deficiência, doença grave, nacionalidade, raça, ou etnia", disse um porta-voz do Twitter nesta quinta-feira.
A embaixada chinesa em Washington, que aderiu ao Twitter em junho de 2019, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse em entrevista nesta quinta-feira que estava confusa com a ação do Twitter.
"Existem inúmeros reportagens e informações relacionados a Xinjiang que são contra a China. É responsabilidade de nossa embaixada nos EUA esclarecer a verdade", disse ela.
"Esperamos que eles não apliquem critérios duplos sobre este assunto. Esperamos que eles possam discernir o que é correto e verdadeiro da desinformação sobre este assunto."
(Por Brenda Goh)