Por Irene Klotz
CABO CANAVERAL, Flórida (Reuters) - Trinta anos depois da explosão do ônibus espacial Challenger em plena decolagem, matando as 7 pessoas a bordo, uma nova geração de espaçonaves continua a se beneficiar das modificações feitas após o acidente com o módulo da Nasa.
O Challenger decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, na fria manhã de 28 de janeiro de 1986. Após a falha em uma vedação de borracha de um dos dois foguetes de lançamento, o voo durou apenas 73 segundos antes de explodir no ar.
O desastre expôs as falhas nos projetos dos ônibus espaciais e os problemas operacionais no programa espacial dos EUA. Mas ajudou também a dar início a uma indústria de transporte espacial comercial que hoje em dia desenvolve espaçonaves para passageiros.
As investigações sobre o acidente também concluíram que a pressão para manter um planejamento de voo contribuiu para o fracasso do Challenger. À época, a frota de quatro espaçonaves da Nasa decolava várias vezes ao mês, sendo o único sistema de transporte espacial dos EUA.
Após o acidente, o então presidente Ronald Reagan proibiu o transporte de satélites comerciais no módulos espaciais da Nasa, impulsionando assim os esforços militares para desenvolver formas alternativas de lançamento.
A mudança na política espacial abriu espaço para a criação da atual indústria espacial comercial, que em 2014 registrou um faturamento de 5,9 bilhões de dólares, de acordo com um relatório publicado no ano passado pela Associação da Indústria de Satélites.
Os acidentes, no entanto, continuam inevitáveis à medida que o campo espacial amadurece, disse Mike Leinbach, ex-diretor de lançamentos da Nasa.
"O voo espacial é como qualquer outro grande sistema de engenharia", disse ele, destacando que as espaçonaves e aeronaves se tornaram mais seguras após o acidente. "Você fica mais esperto com base em sucessos. Você fica mais espero com base em fracassos... É uma evolução."
Seis astronautas e um professor secundário que voavam a bordo do Challenger não tiveram chances de escapar devido a uma decisão no projeto do módulo espacial que não está sendo repetida nas espaçonaves atualmente em desenvolvimento.