(Reuters) - A agência que regula a saúde nos Estados Unidos afirmou que o uso de um mosquito geneticamente modificado na luta contra o Zika não terá um impacto significativo no meio ambiente, abrindo possivelmente o caminho para que a técnica seja aplicada no país.
A variação do mosquito Aedes aegypti foi desenvolvida pela Oxitec, a subsidiária britânica da companhia norte-americana de biologia sintética Intrexon. Os mosquitos machos são modificados para que a cria deles morra antes de atingir a fase adulta e se reproduzir.
Conclusões preliminares de um teste feito pela agência norte-americana que regula alimentos e medicamentos (FDA) na região de Flórida Keys determinou que os mosquitos geneticamente modificados não terão um impacto ambiental significativo, concordando na prática com a avaliação submetida pela Oxitec.
As conclusões se dão em meio a crescentes preocupações com o vírus Zika nos EUA, com a Flórida declarando situação de emergência para a saúde pública no mês passado.
O vírus, detectado pela primeira vez na África na década de 1940, era desconhecido nas Américas até o ano passado quando ele apareceu no Nordeste brasileiro, onde é associado com o nascimento de milhares de bebês com má-formação craniana.
O clima quente e a presença de mosquitos praticamente durante todo o ano na Flórida fazem a região particularmente vulnerável ao Zika, embora até o momento todos os casos registrados no Estado tenham sido contraídos no exterior, segundo autoridades.
"Se nós conseguirmos a permissão da FDA para ir adiante, estamos esperando começar o programa em algum momento de 2016”, afirmou Hadyn Parry, executivo-chefe da Oxitec, nesta sexta.
No entanto, a ideia de exterminar uma espécie inteira de mosquito desperta questionamentos ecológicos, uma vez que vai de encontro à preservação da biodiversidade.
Uma petição online de uma moradora de Key West já reuniu mais de 161 mil apoios e pede que a FDA não aprove os mosquitos geneticamente modificados.
O público pode submeter comentários sobre as conclusões durante 30 dias, a partir de segunda-feira.
(Reportagem de Yashaswini Swamynathan e Natalie Grover em Bangalore)