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Alcance amplo de sanções dos EUA afeta reconstrução da Síria

Publicado 03.09.2018, 09:35
Atualizado 03.09.2018, 09:40
© Reuters. Restaurente KFC fechado em Damasco

Por Angus McDowall

BEIRUTE (Reuters) - O presidente da Síria, Bashar al-Assad, está tentando transformar o sucesso militar em uma reconstrução pós-guerra, mas as sanções ocidentais são um grande obstáculo que pode afugentar investidores estrangeiros.

A Síria sofreu uma destruição física imensa, e milhões de trabalhadores fugiram, foram recrutados como combatentes ou morreram. Uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a guerra custou 388 bilhões de dólares.

Uma reconstrução ampla ainda parece distante. Rússia e Irã, aliados de Assad, assim como a China, fizeram alguns investimentos no país, mas não conseguem arcar com o custo da reforma e querem que outros países dividam o fardo.

Países ocidentais dizem que não aprovarão fundos para a reconstrução da Síria, ou suspender sanções, sem um acordo político. Enquanto isso, as sanções tornam difícil para as companhias estrangeiras trabalharem no país.

Embora algumas tenham conseguido fazer negócios na Síria, o alcance amplo das sanções e os poderes abrangentes dos Estados Unidos para aplicá-las sujeitam as empresas ao risco de violações involuntárias.

A maioria delas está mantendo distância. Uma que espera realizar obras no país no futuro, a fabricante de tubulações alemã Ostendorf Kunststoffe, fez uma exposição em uma feira internacional comercial em Damasco e está desenvolvendo relacionamentos com clientes em potencial.

Mas a companhia ainda não fechou nenhum contrato, e seu representante local, Nabil Moughrabie, que tem sede em Beirute, disse que a empresa está esperando o clima político se desanuviar.

"Temos obstáculos. Não há remessas diretas da Alemanha à Síria. Há bancos sírios que não podem receber dinheiro da Europa, e empresas europeias que temem receber mais dinheiro da Síria", explicou.

© Reuters. Restaurente KFC fechado em Damasco

As sanções dos EUA contra a Síria antecedem a crise, mas foram ampliadas depois da repressão de Assad a protestos em 2011 e novamente quando o país entrou em guerra.

Elas congelaram os bens do Estado sírio e de centenas de negócios e indivíduos, inclusive membros do governo, dos militares e do aparato de segurança e outros acusados de envolvimento na fabricação ou no uso de armas químicas.

As sanções ainda proibiram exportações, vendas ou prestação de serviços, além de qualquer investimento novo, de qualquer norte-americano na Síria, e também qualquer negócio de norte-americanos com derivados de petróleo e hidrocarbonetos na Síria ou sua importação aos EUA.

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