Por Chris Kahn
NOVA YORK (Reuters) - A menos de dois meses da eleição norte-americana, o presidente Donald Trump está tendo dificuldade para animar seus apoiadores, especialmente os eleitores brancos sem diploma universitário que foram essenciais para sua vitória em 2016, mostrou uma análise de pesquisas da Reuters.
A análise, baseada em pesquisas de opinião nacional Reuters/Ipsos entre maio e agosto e pesquisas de boca de urna de 2016, revelou que Trump perdeu apoio entre brancos escolarizados sem graduação, que compunham 44% do eleitorado dos Estados Unidos quatro anos atrás e que apoiaram maciçamente o republicano em detrimento da democrata Hillary Clinton.
Trump ainda é mais popular com este grupo do que o candidato democrata, Joe Biden, já que 46% destes disseram que votariam no presidente e 34% apoiam Biden --mas esta vantagem de 12 pontos de agosto é menor do que a dianteira de 21 pontos de maio e muito inferior aos 34 pontos de vantagem que ele teve sobre Hillary.
O que é mais preocupante para Trump, porém, é que o comprometimento de seu eleitorado com a votação não se alterou neste ano, enquanto o interesse cresceu entre grupos que se inclinam para os democratas: minorias, mulheres, moradores urbanos e suburbanos e pessoas com renda abaixo da média.
Os dados sugerem que, desta vez, haverá uma pressão maior para o Partido Republicano impulsionar o comparecimento às urnas para vencer, e não o Democrata.
"Isto é raro, e é um indicativo interessante do quão energizado ou agitado o eleitorado está", disse Donald Green, cientista político da Universidade Columbia. "Pessoas que normalmente não iriam além do grau de eleitor provável estão fazendo isso por serem tão decisivamente hostis ao presidente."
Na sondagem de agosto, 69% dos eleitores afro-norte-americanos registrados e 61% dos eleitores hispânicos registrados disseram que "certamente" votarão em novembro --um aumente de 7 e 6 pontos percentuais, respectivamente, na comparação com maio. O número de eleitores comprometidos subiu 5 pontos cada entre mulheres, moradores urbanos e suburbanos e pessoas que ganham menos de 50 mil dólares por ano.
O número de eleitores decididos não mudou entre brancos sem diploma universitário desde maio, ficando em 65%, e recuou 2 pontos entre os norte-americanos rurais, estacionando em 63%.
Apesar do crescimento das populações minoritárias, os brancos ainda dominam o eleitorado dos EUA, tendo representado quase três quartos dos eleitores em 2016, embora equivalham a 60% da população geral.