Por Stephen Kalin e Sarah Dadouch
DHARAN, Arábia Saudita (Reuters) - O rei Salman, da Arábia Saudita, abriu uma cúpula de líderes árabes neste domingo condenando um velho inimigo, o Irã, sem fazer qualquer referência aos ataques de mísseis das potências ocidentais contra alvos do governo sírio após um suspeito ataque de gás há uma semana.
As potências regionais Arábia Saudita e Irã lutam há décadas pela supremacia na região.
"Renovamos nossa firme condenação aos atos terroristas realizados pelo Irã na região árabe e rejeitamos sua interferência nos assuntos internos dos países árabes", disse o rei Salman na cidade de Dhahran, no leste da Arábia Saudita, sem dar detalhes. O Irã nega as acusações.
O rei Salman não mencionou o lançamento de mísseis no sábado pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra três supostas instalações de armas químicas na Síria. O governo sírio nega usar --ou possuir-- armas químicas e disse que as ações foram um ato de agressão.
A Arábia Saudita e aliados expressaram apoio aos ataques no sábado, mas o Iraque e o Líbano os condenaram. Outros países como a Jordânia e o Kuwait abstiveram-se de assumir uma posição em vez de renovar os apelos por uma solução política para a guerra que matou pelo menos meio milhão de pessoas nos últimos sete anos.
Nos últimos três anos, a ajuda militar da Rússia e do Irã, que também apoia o grupo libanês Hezbollah e as milícias xiitas no Iraque, permitiu que o presidente sírio, Bashar al-Assad, esmagasse a ameaça rebelde de derrubá-lo.
A Arábia Saudita, que assume a presidência rotativa da Cúpula Árabe da Jordânia, anunciou que o atual encontro seria chamado de "Cúpula Quds (Jerusalém)", uma referência à decisão do presidente norte-americano Donald Trump de no ano passado reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.