Por Steve Holland e Jarrett Renshaw
WASHINGTON (Reuters) - O Arquivo Nacional dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira milhares de documentos relacionados ao assassinato do então presidente norte-americano John F. Kennedy em 1963, logo após o atual presidente Joe Biden emitir um decreto presidencial autorizando a divulgação, que também manteve centenas de outros documentos confidenciais em segredo.
Kennedy foi baleado e morto enquanto desfilava em carro aberto em Dallas em 22 de novembro de 1963, aos 46 anos.
Uma investigação liderada pelo juiz Earl Warren concluiu que Lee Harvey Oswald, um ex-fuzileiro naval e ativista comunista que viveu na União Soviética, agiu sozinho. No entanto, a investigação foi amplamente criticada por acadêmicos e historiadores nos quase 60 anos desde o assassinato.
Milhares de livros, artigos, programas de TV e filmes exploraram a ideia de que o assassinato de Kennedy foi resultado de uma elaborada conspiração. Nenhum deles produziu prova conclusiva de que Oswald --que foi morto a tiros pelo dono de uma boate Jack Ruby dois dias depois de matar Kennedy-- trabalhou com qualquer outra pessoa, embora mantenham uma poderosa força cultural.
O Congresso ordenou em 1992 que todos os arquivos confidenciais restantes pertencentes à investigação sobre a morte de Kennedy fossem totalmente abertos ao público por meio dos Arquivos Nacionais em 25 anos, até 26 de outubro de 2017, exceto aqueles que o presidente autorizou para posterior retenção.
Em 2017, o então presidente Donald Trump divulgou uma série de registros, mas decidiu liberar os documentos restantes de forma contínua.
Todos os arquivos sobre JFK restantes deveriam ter sido divulgados originalmente em outubro de 2021. Biden adiou a divulgação planejada, citando atrasos causados pela pandemia de Covid-19, e anunciou que seriam divulgados em dois lotes: um em 15 de dezembro de 2021 e outro até 15 de dezembro de 2022, após passar por uma revisão intensiva de um ano.
Com a divulgação desta quinta-feira, 95% dos documentos da coleção de registros do assassinato de JFK da CIA serão divulgados em sua totalidade, disse um porta-voz da CIA em um comunicado, e nenhum documento permanecerá redigido ou retido na íntegra após uma "revisão intensiva de um ano" de todas as informações inéditas.
Em um memorando nesta quinta-feira, Biden disse que até 1º de maio de 2023, o Arquivo Nacional e as agências relevantes “avaliarão em conjunto as redações restantes nos registros que não foram divulgadas publicamente”. Após essa revisão, “qualquer informação retida da divulgação pública que as agências não recomendam para adiamento contínuo” será divulgada até 30 de junho de 2023.