DAMASCO (Reuters) - Habitantes de Damasco forma acordados na manhã de sábado por uma série de explosões na cidade, altas demais até mesmo para pessoas acostumadas ao barulho de bombardeios pesados.
Dez horas depois dos mísseis, fumaça ainda subia dos destroços de um centro de pesquisas no distrito de Barzeh, em Damasco, que os países ocidentais disseram que era parte de um programa secreto de armas químicas do governo sírio.
Estados Unidos, Reino Unido e França atacaram alvos ao redor da Síria em resposta a um suposto ataque com gás, uma semana atrás, mas o governo sírio, apoiado pela Rússia, nega o uso ou a posse desse tipo de arma.
As explosões deixaram o Centro de Pesquisas Científicas da Síria, em pé contra as colinas íngremes e secas do nordeste de Damasco, em pouco mais do que ruínas.
O centro não fica longe de Ghouta, no leste, área de cidades e fazendas que era o maior enclave de rebeldes lutando contra o presidente Bashar al-Assad. O último desses grupos se rendeu horas depois do suposto ataque com armas químicas que motivaram os ataques aéreos deste sábado, no fim de uma ofensiva do governo na região que durou sete semanas.
Próximo dos destroços, Saeid Saeid, chefe do departamento de polímeros, disse que os prédios eram usados para pesquisas e produção de medicamentos que não podem ser importados, inclusive antídotos e remédios para tratamento de câncer.
O general dos fuzileiros navais dos EUA, Joseph Dunford, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, disse que o local era um centro de pesquisa, desenvolvimento, produção e teste de armas químicas e biológicas.
O porta-voz do Pentágono, o tenente-general Kenneth Mckenzie, disse que 76 mísseis foram atirados contra o local e "destruíram três prédios na região metropolitana de Damasco, um dos espaços aéreos mais bem defendidos do mundo".
O cheiro de fogo e fumaça flutavam pelos destroços de cinco prédios destruídos, durante uma turnê de imprensa organizada pelo governo. Apenas um portão e um prédio severamente danificado escaparam.