(Reuters) - Pelo menos 50 pessoas foram mortas em um ataque aéreo durante um show realizado por uma minoria étnica em conflito com os militares no poder, disseram grupos de oposição, moradores e a imprensa nesta segunda-feira.
O ataque aéreo na noite de domingo no estado de Kachin, no norte do país, que os militares ainda não confirmaram, matou civis, cantores locais proeminentes e oficiais do Exército de Independência de Kachin (KIA), informou a mídia, citando testemunhas que disseram que o ataque foi realizado por três jatos.
Um porta-voz da junta não pôde ser contatado imediatamente para comentar e a Reuters não pôde verificar imediatamente os detalhes dos relatos, que diziam que o ataque aconteceu na região de A Nang Pa, no município de Hpakant.
Mianmar tem sido dominada pela violência desde que o Exército derrubou um governo eleito no início do ano passado. Movimentos de oposição, alguns deles armados, surgiram em todo o país, aos quais os militares têm reagido com força letal.
O porta-voz da KIA, Naw Bu, disse que o ataque teve como alvo as comemorações do 62º aniversário da formação da ala política do Exército Kachin, a Organização da Independência Kachin (KIO).
"O ataque aéreo foi intencional. A KIA/KIO condena fortemente isso. Este é um ato bastante perverso que também pode ser considerado crime de guerra", disse ele por telefone, acrescentando que sua organização ainda não poderia confirmar o número de mortos.
Desde o golpe, o conflito aberto foi retomado entre o Exército de Mianmar e o rival ferrenho KIA, que luta por maior autonomia para o povo Kachin há seis décadas e manifestou apoio à resistência anti-junta.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem condenado repetidamente os militares de Mianmar, acusando-os de crimes contra a humanidade pela morte de civis. A junta diz que suas operações têm como alvo "terroristas".
(Reportagem de Reuters)