Por David DeKok
NORRISTOWN (Reuters) - A mulher cuja queixa levou Bill Cosby para julgamento na Pensilvânia por acusações de abusos sexuais testemunhou nesta sexta-feira que o comediante a drogou e a estuprou em 2004 e que ficou com medo de contar para alguém durante meses.
Foi a segunda vez que Andrea Constand, de 45 anos, confrontou o comediante de 80 anos em tribunal na Filadélfia. O júri no primeiro julgamento de Cosby sobre as acusações não foi capaz de chegar a um veredicto.
Constand é uma das cerca de 50 mulheres que acusaram o homem, conhecido pelo papel do sábio patriarca no sucesso televisivo “The Cosby Show”, de abusos sexuais em ataques que datam de décadas. A acusação de Constand é a única recente o suficiente para ser alvo de processo criminal.
Constand, que na época do suposto ataque trabalhava na Temple University, universidade que Cosby cursou, disse que foi à casa de Cosby para discutir uma possível mudança de carreira. Cosby deu a ela três pílulas azuis, que disse serem para relaxá-la.
Ela testemunhou que as pílulas a fizeram se sentir tonta. Cosby a acompanhou até um sofá e deitou-a.
“A próxima coisa que eu lembro, eu estava meio acordada”, disse Constand. “Minha vagina estava sendo penetrada com bastante força. Eu senti meus seios sendo tocados. Ele colocou minha mão em seu pênis e se masturbou com minha mão. Eu não era capaz de fazer nada”.
Cosby tem repetidamente negado qualquer ato irregular e disse que qualquer encontro sexual que teve foi consensual. Seus advogados descreveram Constand como uma vigarista que busca dinheiro.