Por Alister Doyle
SKIEN, Noruega (Reuters) - Anders Behring Breivik, condenado pelo assassinato de dezenas de pessoas em 2011, fez uma saudação nazista nesta terça-feira dentro de um tribunal sob forte esquema de segurança, no qual o governo de Noruega contesta alegação de que violou os direitos humanos do prisioneiro ao mantê-lo em isolamento.
Breivik, vestindo terno e gravata pretos e mostrando a barba que deixou crescer no último ano, fez um gesto de desafio ao entrar no tribunal para a audiência sobre sua prisão desde que matou 77 pessoas em 2011.
O juiz Oeystein Hermansen disse a ele que a saudação era insultante e não deveria ser repetida.
Breivik, de 37 anos, fez uma saudação similar no início de uma audiência de um tribunal inferior no ano passado, onde o juiz concordou com ele de que seu isolamento quase completo na cadeia violava a Convenção Europeia sobre Direitos Humanos, que proíbe “tratamento desumano e degradante”.
Contestando a decisão, o procurador-geral norueguês, Fredrik Sejersted, defendeu as duras medidas contra o condenado, incluindo centenas de perícias em seu corpo e evitar seu contato com outros prisioneiros. Segundo o procurador, as ações são totalmente justificadas contra um extremista de direita.
“Não há violações de direitos humanos”, disse Sejersted. “Ele não cedeu, não expressou remorso, ele está orgulhoso do que fez”, disse à corte, acrescentando que Breivik parecia ainda mais convencido de sua ideologia de extrema-direita.
Em 22 de julho de 2011, Breivik matou oito pessoas com um carro-bomba perto do gabinete do primeiro-ministro em Oslo, e depois matou a tiros 69 pessoas em uma ilha perto da capital, muitas delas adolescentes em um acampamento de juventude organizado pelo Partido Trabalhista.