Por Kate Holton e Paul Sandle
LONDRES (Reuters) - A emissora britânica BBC revelou o abismo existente entre o salário de suas principais estrelas masculinas e femininas nesta quarta-feira, ao identificar pela primeira vez seus funcionários mais bem pagos.
A corporação de 95 anos disse que Chris Evans, o apresentador de rádio e TV que comandou uma série do programa "Top Gear", estava no topo da lista, levando para casa até 2,25 milhões de libras (3,3 milhões de dólares) em 2016/17.
Por outro lado, a mulher mais bem paga foi a apresentadora Claudia Winkleman, que ganhou menos de meio milhão de libras por seu trabalho em "Strictly Come Dancing" e outros programas.
A BBC sofreu pressão durante anos para dizer o quanto paga aos seus principais funcionários e a obrigação de nomeá-los faz parte de seu mais recente acordo com o governo para 10 anos de financiamento.
Financiada por uma taxa de licença cobrada de todas as famílias que possuem uma televisão, a BBC ocupa um papel central na vida pública britânica, mostrando tudo, desde casamentos reais e eventos esportivos até notícias locais e dramas populares através de seus canais de TV, estações de rádio e sites online.
Embora respeitada em todo o mundo, a emissora tem sido criticada há muito tempo por seus rivais comerciais, que argumentam que a taxa de licença lhe dá uma vantagem injusta e distorce o mercado.
A corporação disse que 96 estrelas e jornalistas ganham salários de mais de 150 mil libras (195.555 dólares) ao ano, um patamar que afirma ser necessário para competir por talentos com os rivais comerciais ITV e Sky e grupos de internet Google e Apple.
Cerca de dois terços dos funcionários mais bem pagos são homens.
Os salários pagos aos seus principais jornalistas mostraram uma disparidade semelhante, com o apresentador masculino do principal jornal de notícias noturno ganhando cerca de 200 mil libras por ano a mais do que a sua equivalente feminina.
Os defensores da BBC dizem que a emissora é uma instituição nacional prezada que projeta a cultura britânica em todo o mundo, ao mesmo tempo em que fornece notícias internas e internacionais essenciais.
O diretor-geral Tony Hall reconheceu que a empresa precisa superar a disparidade de gênero e prometeu ter igualdade entre o número de homens e mulheres que aparecem no ar e no valor pago a eles até 2020.
"Somos uma emissora global, queremos empregar estrelas, queremos empregar os melhores apresentadores, correspondentes", disse o diretor-geral Tony Hall. "Estamos no mercado e é um mercado competitivo".
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 22237141))
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