Por Ted Hesson e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, determinou nesta terça-feira uma revisão do processamento de pedidos de asilo na fronteira com o México e do sistema de imigração como um todo, enquanto busca desfazer algumas das políticas linha-dura do ex-presidente Donald Trump.
Biden também criou uma força-tarefa para reunir famílias de imigrantes que foram separadas na fronteira dos EUA com o México pela estratégia de "tolerância zero" de Trump em 2018.
"Vamos trabalhar para desfazer a vergonha moral e nacional do governo anterior que literalmente, não figurativamente, arrancou crianças dos braços de suas famílias", disse Biden ao assinar as ordens na Casa Branca.
Defensores de imigrantes pediram que o novo governo democrata atue rapidamente, mas assessores de Biden dizem que precisam de tempo para desemaranhar as muitas camadas de restrições imigratórias introduzidas durante a era Trump e para colocar no lugar novos sistemas mais amistosos com os imigrantes.
"Não vai acontecer da noite para o dia", afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
A estratégia cautelosa reflete a corda bamba na qual Biden está caminhando para reverter as políticas linha-dura de Trump enquanto tenta simultaneamente evitar uma onda de imigração ilegal. Adversários de Biden também poderiam desestabilizar ou desacelerar sua agenda com processos se seu governo agir de forma muito rápida e não seguir procedimentos apropriados.
Em um sinal de uma abordagem cautelosa, os decretos presidenciais de Biden na terça-feira não abordaram a revogação de um decreto conhecido como "Title 42", que foi emitido durante o governo Trump para evitar a propagação do coronavírus e permite que as autoridades norte-americanas expulsem quase todas as pessoas pegas atravessando a fronteira de maneira ilegal.
Como parte das ações de terça-feira, Biden autorizou a revisão dos Protocolos de Proteção ao Migrante (MPP, na sigla em inglês), um programa que empurrou 65 solicitantes de asilo para o México enquanto esperam audiências na Justiça dos EUA.
O governo Biden já deixou de incluir pessoas no programa, mas ainda não explicou como irá proceder com os pedidos que já foram registrados.
(Reportagem de Ted Hesson e Steve Holland em Washington)