Por Tom Balmforth e Trevor Hunnicutt
MOSCOU/WASHINGTON (Reuters) - Os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin têm um abismo de desconfiança mútua sobre o qual vão precisar construir uma ponte durante uma reunião online na terça-feira, diante do que os Estados Unidos acreditam ser uma ameaça russa de invasão à Ucrânia.
"Um estado lamentável", foi como o Kremlin descreveu as relações antes da teleconferência estendida, que deve começar na manhã de terça-feira, no horário dos Estados Unidos.
Washington já acusou a Rússia de acumular tropas próximo à fronteira da Ucrânia para intimidar a aspirante a membro da Otan, sugerindo a repetição do livro de jogadas de Moscou de 2014, quando tomou a península da Crimeia, no Mar Negro, da Ucrânia. O governo norte-americano diz que o Ocidente está pronto para impor duras sanções caso a Rússia inicie a invasão.
O Kremlin rejeitou a ideia de que suas forças estão prontas para invadir, classificando-a como promoção de medo, e afirmou que suas tropas se movimentam pelo seu próprio território puramente por propósitos defensivos.
Para o governo russo, o crescente envolvimento de uma ex-república soviética vizinha com a Otan --e o que vê como uma possibilidade aterrorizante de mísseis da aliança na Ucrânia tendo a Rússia como alvo-- é uma "linha vermelha" que não deverá ser cruzada.
Putin exige garantias com vinculações legais de que a Otan não irá expandir para o leste ou colocar suas armas próximas ao território russo, enquanto o governo norte-americano afirma repetidamente que nenhum país pode vetar a campanha da Ucrânia para se tornar membro da Otan.
"Eu não aceito as linhas vermelhas de ninguém", disse Biden na sexta-feira.
Uma autoridade sênior do governo norte-americano disse a jornalistas na segunda-feira que Biden vai alertar Putin sobre consequências econômicas severas se a Rússia invadir a Ucrânia, e ressaltou que os EUA não estão buscando um cenário que inclua ações militares dos EUA.