Por Timothy Gardner e Valerie Volcovici
WASHINGTON (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou o ex-secretário de Estado John Kerry para o cargo de enviado especial do Meio Ambiente, em um sinal de que Biden está colocando a questão no centro de sua política externa.
Kerry, cuja indicação não necessita de confirmação no Senado dos EUA, terá uma cadeira no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, informou a equipe de transição nesta segunda-feira, marcando a primeira vez que uma autoridade neste órgão será dedicada às questões climáticas.
Biden prometeu reverter o curso das políticas para o meio ambiente do presidente Donald Trump, que duvida das principais correntes da ciência sobre o assunto.
Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris de 2015 sobre o clima, e revogou regulamentações criadas por Obama para o clima para impulsionar atividades extrativistas como a mineração e a perfuração, além de alguns setores da indústria.
Enquanto secretário de Estado do ex-presidente Barack Obama, Kerry, 76, classificou as mudanças climáticas como "a arma de destruição em massa mais temida do mundo". Em suas visitas às geleiras da Groenlândia ou às Ilhas Salomão, Kerry sempre enfatizou a cooperação para o combate às mudanças climáticas.
Ele enfrentará um grande desafio para reconquistar a confiança do mundo após a rejeição de Trump à diplomacia do meio ambiente.
Enquanto Trump criticou o acordo de Paris por ser muito caro para os norte-americanos, a China, principal emissora de gases do efeito estufa no planeta, se posicionou como uma catalisadora na área do clima, anunciando novas metas em setembro para diminuir a poluição.