Por Ain Bandial
BANDAR SERI BEGAWAN (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se juntou aos líderes de países do sudeste asiático para repreender nesta terça-feira a junta militar que governa Myanmar, enquanto uma cúpula regional era aberta sem um representante do país após a exclusão do principal general do país por ignorar propostas de paz.
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), disse que aceitaria a participação de uma figura não-política de Myanmar na reunião virtual, mas a junta rejeitou a proposta, dizendo que só concordaria se seu líder ou algum ministro participasse.
Em uma reprimenda inédita a um líder de um Estado membro, a Asean decidiu excluir o chefe da junta militar Min Aung Hlaing, que liderou um golpe militar no dia 1º de fevereiro que gerou violência e caos no país, por seu fracasso em cessar com as hostilidades e permitir que grupos de ajuda humanitária trabalhassem no país, além de sua recusa em iniciar um diálogo, como havia sido acordado com a Asean.
A decisão foi uma gigantesca repreensão aos militares de Myanmar e uma rara e ousada medida de um bloco regional conhecido por seu código de consenso, não-interferência e engajamento.
"Hoje, a Asean não expulsou Myanmar de sua estrutura. Foi Myanmar que abandonou seu direito de participar", disse o primeiro-ministro do Cambódia, Hun Sen, que será o presidente do grupo no ano que vem.
"Agora a situação da Asean tem um a menos. Não é por causa do bloco, mas por causa de Myanmar."