BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que vai apresentar na próxima semana um discurso "bastante objetivo" na Assembleia Geral da ONU sobre a atuação do Brasil no combate a queimadas e desmatamento na Amazônia e, mais uma vez, criticou outros países sobre os reais interesses nos questionamentos às ações do governo na região.
"Estou me preparando com um discurso bastante objetivo", disse Bolsonaro em transmissão ao vivo em rede social. "O que interessa (a outros países) é desgastar o Brasil. Se a nossa agricultura cair, é bom para países que vivem disso, vão acabar vendendo mais caro e nós ficaremos em situação complicada."
Bolsonaro disse que haveria interesses escusos de países europeus em ampliar as áreas demarcadas por reservas indígenas, quilombolas e de proteção ambiental. Afirmou também que eles querem deixar índios segregados da sociedade brasileira para futuramente explorar o Brasil.
"O que alguns países querem é mantê-los de forma primitiva como se fossem homens pré-históricos para que essas áreas no futuro venham a ser exploradas. O que eles querem? Estão de olho na riqueza debaixo da terra", disse Bolsonaro, para quem os indígenas querem ser integrados à sociedade e terem acesso, por exemplo, a serviços de saúde e internet.
O presidente disse que seu discurso da Organização das Nações Unidas será de coração e com patriotismo e vai exaltar a soberania nacional, que, segundo ele, estaria ameaçada.
Bolsonaro aproveitou a live semanal para comemorar a queda da taxa básica de juros Selic, "que nunca esteve tão baixa".
Para o presidente, o corte da Selic na véspera em 0,5 ponto percentual, para 5,50% ao ano, é uma demonstração de que o Brasil está restabelecendo a sua confiança.
(Por Ricardo Brito)