Por Aislinn Laing
SANTIAGO (Reuters) - Caminhoneiros do Chile iniciaram uma greve nesta quinta-feira para protestar contra a violência que os afeta na instável província de Araucanía e o avanço lento de uma série de projetos de lei de segurança e justiça no Congresso.
Caminhões bloquearam uma rota arterial nos arredores da capital Santiago rumo à cidade portuária de Valparaíso de manhã cedo, e depois se dispersaram prometendo um bloqueio maior perto da hora do almoço.
Vários pontos da principal rodovia em direção ao sul também foram bloqueados por caminhões estacionados na estrada, e os motoristas ficaram ao lado com bandeiras chilenas, de acordo com a mídia local e registros de tráfego.
A ameaça de greve provocou temores de interrupção na cadeia de suprimentos alimentares e médicos durante a pandemia de Covid-19 no país, que depende predominantemente do transporte rodoviário.
Ela vem depois de uma menina de nove anos ser hospitalizada com um ferimento de tiro após um ataque ao caminhão betoneira de seu pai em Araucanía. A polícia iniciou uma investigação, mas ainda não identificou suspeitos.
Araucanía testemunhou uma disparada de ataques a caminhões de transporte e a fábricas nos últimos meses. A região do centro-sul chileno vem sendo abalada há tempos por um conflito fervilhante entre os indígenas mapuche e o governo federal.
A greve está sendo liderada pela Confederação Nacional de Transporte de Cargas do país (CNTC), uma de três centrais sindicais.
Seu líder, José Villagrán, disse que pressionou o governo durante meses sem resultados.
"Não cortaremos as cadeias de suprimentos, mas hoje, infelizmente, os caminhões de suprimentos não poderão passar porque estamos aqui, até o governo resolver esta questão", disse. "Estamos pedindo segurança não somente para os caminhoneiros, mas para todos os chilenos. Estamos assustados."
A ainda maior Federação Nacional de Proprietários de Caminhões disse que não participará da greve, mas acrescentou em um comunicado que compartilha os clamores da CNTC por lei e ordem no sul.