Por Madjiasra Nako e Bate Felix
NDJAMENA/DACAR (Reuters) - Tropas de Camarões e Chade mataram mais de 250 militantes do Boko Haram em dois dias de combates pesados numa grande ofensiva regional contra os islâmicos da vizinha Nigéria, anunciaram seus governos nesta quarta-feira.
Camarões afirmou que suas forças repeliram um ataque em uma de suas cidades fronteiriças na manhã desta quarta-feira pelo Boko Haram, um grupo que tem raptado e matado centenas de milhares de pessoas no norte da Nigéria e feito ataques cada vez mais sangrentos nas regiões de fronteira.
Pelo menos 50 militantes e seis soldados morreram nos combates em Fotokol, disse o ministro da Informação, Issa Tchiroma. O jornal L'Oeil du Sahel, de Camarões, disse que os combatentes do Boko Haram atacaram mesquitas e casas na cidade, cortando as gargantas das pessoas e matando dezenas.
Os fatos não puderam ser verificados, e o Boko Haram não dá declarações à imprensa.
O grupo jihadista sunita é visto como a principal ameaça à segurança da Nigéria, maior economia da África e principal produtor de petróleo, antes da eleição de 14 de fevereiro. A União Africana autorizou na semana passada uma força regional de 7.500 soldados para combater os militantes.
O Exército e a TV estatal do Chade disseram que as forças do país haviam "dizimado completamente" as bases do Boko Haram em Gambaru e Ngala, no norte da Nigéria, na terça-feira, matando mais de 200 militantes. Nove soldados chadianos morreram, acrescentaram.
Imagens de TV do Chade nesta quarta-feira mostraram soldados chadianos celebrando perto dos corpos que seriam de dois combatentes do Boko Haram.
Chade e Camarões estão mobilizando milhares de soldados e o Níger reforçou sua fronteira contra o grupo militante que tem lutado por cinco anos para criar um emirado islâmico.
O Chade, conhecido por ter um dos melhores Exércitos da região, tem realizado ataques aéreos contra posições rebeldes nos últimos dias. A ex-potência colonizadora França também está enviando aviões de sua base na capital do Chade para realizar missões de vigilância na área de fronteira.
(Reportagem adicional de Fonka-Mutta Beau-Bernard, em Yaounde; e de Bate Felix e David Lewis, em Dacar)