Por Philip Blenkinsop e Marine Strauss
BRUXELAS (Reuters) - A executiva-chefe da União Europeia delineou objetivos ambiciosos nesta quarta-feira para fazer com que o bloco seja mais resistente e unido para confrontar crises futuras após a pandemia de coronavírus, que lançou a Europa na recessão mais profunda de sua história.
Em seu discurso anual do Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou as metas que determinou ao tomar posse em dezembro: ação urgente para combater a mudança climática e uma revolução digital.
"Este é o momento para a Europa", disse ela ao Parlamento Europeu em um discurso abrangente que durou cerca de 80 minutos. O momento para a Europa liderar o caminho desta fragilidade para uma nova vitalidade."
Von der Leyen, que deseja que a Europa se torne o primeiro continente climaticamente neutro do mundo até a metade do século, revelou um plano para cortar as emissões de gases de efeito estufa da UE em ao menos 55% até 2030 na comparação com os níveis de 1990 --mais do que a meta atual de 40%. Ela também prometeu usar títulos verdes para financiar esses objetivos climáticos.
"Não existe uma necessidade de aceleração mais urgente do que quando se trata do futuro do nosso planeta frágil", disse ela. "Embora a maior parte da atividade mundial tenha congelado durante os isolamentos e as interdições, o planeta continuou a ficar perigosamente quente."
Ela admitiu que suas propostas dividirão os países-membros porque as metas exigirão investimentos enormes em transporte, indústria pesada e energia e os negócios também enfrentarão custos de carbono mais altos, conforme um plano de reformulação do mercado de carbono da UE.
A ex-ministra alemã também pediu mais investimentos em tecnologia para a Europa competir mais intensamente com a China e os Estados Unidos, e disse que o bloco investirá 20% de um fundo de recuperação econômica de 750 bilhões de euros em projetos digitais.
Autoridades disseram que, longe de recuar dos planos que delineou no início de seu mandato por causa da pandemia de coronavírus, Von der Leyen acredita que eles continuam sendo essenciais para a sobrevivência econômica e política de longo prazo da Europa.
A UE vem sendo assolada há anos por crises, do derretimento financeiro de 2008 às desavenças sobre a imigração e a saga prolongada da saída do Reino Unido do bloco. A este respeito, Von der Leyen disse que cada dia diminui as chances de um novo acordo comercial entre as duas partes.
(Reportagem adicional de Trevor Jan Strupczewski, Gabriela Baczynska, Kate Abnett, Robin Emmott e Yun Chee Foo)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES