Por David Brunnstrom
WASHINGTON (Reuters) - Embora a atenção da Ásia tenha se voltado para a crise nuclear da Coreia do Norte no último ano, a China continuou a montar radares de alta frequência e outras instalações que podem ter uso militar em suas ilhas artificiais no Mar do Sul da China, disse um centro de estudos norte-americano na quinta-feira.
A atividade chinesa envolve obras em instalações que cobrem 29 hectares das ilhas Spratly e Paracel, territórios disputados com várias outras nações asiáticas, de acordo com a Iniciativa Asiática de Transparência Marítima do Centro para Estratégias e Estudos Internacionais de Washington. O relatório citou imagens de satélite.
Os Estados Unidos e seus aliados se opõem à construção de ilhas artificiais chinesas no Mar do Sul da China e à sua militarização, dados os temores de que Pequim planeje usá-las para negar acesso a rotas marítimas estratégicas.
"É completamente normal a China realizar construções pacíficas e construir equipamentos de defesa essenciais em seu próprio território soberano", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, em um boletim de rotina à imprensa nesta sexta-feira em resposta a uma pergunta sobre o relatório.
"Acreditamos que certas pessoas que têm segundas intenções estão fazendo tempestade em copo d'água e criando problemas."
O relatório disse que, nos últimos meses, a China ergueu o que pareceu ser um novo conjunto de radares de alta frequência no extremo norte do recife Fiery Cross, nas ilhas Spratly.
O recife Subi ganhou túneis que provavelmente serão usados para armazenar munições e outro conjunto de antenas de radar e domos de radar, informou o relatório.
A construção no recife Mischief incluiu depósitos de munições subterrâneos, hangares, abrigos de mísseis e conjuntos de radares.
Obras de menor escala continuaram nas Ilhas Paracel, incluindo um novo heliponto e turbinas de vento na Ilha Tree e duas grandes torres de radar na Ilha Triton.
O documento informa que estas últimas são especialmente importantes porque as águas ao redor de Triton foram o cenário de incidentes recentes entre a China e o Vietnã e diversas operações pró-liberdade de navegação dos EUA, que a Marinha norte-americana empregou para afirmar o que vê como seu direito de trânsito livre em águas internacionais.