Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - China e Rússia propuseram ao Conselho de Segurança da ONU a suspensão da proibição de exportações de estátuas, frutos do mar e têxteis da Coreia do Norte, de acordo com um projeto de resolução visto pela Reuters na segunda-feira, em um movimento que a Rússia disse que visa incentivar negociações entre Washington e Pyongyang.
O projeto também pede a suspensão da proibição de trabalho no exterior para norte-coreanos e o término de um requerimento de 2017 para que todos esses trabalhadores sejam repatriados até a próxima semana. O projeto também isentaria os projetos de cooperação ferroviária e rodoviária intercoreanos das sanções da ONU.
Não ficou claro de imediato quando ou se o projeto de resolução poderá ser posto em votação no Conselho de Segurança de 15 membros. Uma resolução precisa de 9 votos a favor e nenhum veto de Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia ou China para ser aprovada.
"Não estamos apressando as coisas", disse à Reuters o embaixador russo da ONU, Vassily Nebenzia, acrescentando que as negociações com os membros do conselho começarão na terça-feira. Ele disse que as sanções que propuseram retirar "não estão diretamente relacionadas ao programa nuclear da Coreia do Norte, é uma questão humanitária".
Uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA disse que agora não é hora de o Conselho de Segurança considerar a retirada de sanções contra a Coreia do Norte, já que o país "ameaça executar uma escalada das provocações, recusando-se a se reunir para discutir a desnuclearização e continuando a manter e avançar seus programas de armas proibidas de destruição em massa e mísseis balísticos".
As indústrias sobre as quais Rússia e a China propuseram levantar as sanções renderam centenas de milhões de dólares à Coreia do Norte, e as medidas foram implementadas em 2016 e 2017 para tentar cortar o financiamento dos programas nucleares e de mísseis de Pyongyang.