Por Jorge Vega e Fabian Cambero
DESERTO DO ATACAMA, Chile (Reuters) - No seco deserto chileno do Atacama, observadores de estrelas vasculham o céu noturno para detectar a existência de vida em outros planetas e estudar a chamada "energia escura", uma força cósmica misteriosa que se acredita estar impulsionando a expansão acelerada do universo.
Central na corrida para se investigar mundos distantes, o Telescópio Gigante Magalhães (GMT) é um complexo de 1,8 bilhão de dólares sendo construído no observatório de Las Campanas, que terá uma resolução dez vezes maior do que a do telescópio espacial Hubble.
O GMT, que se acredita que começará a operar até o final da década, competirá com o Telescópio Extremamente Grande do Observatório Europeu do Sul, localizado mais ao norte do mesmo deserto, e com o Telescópio de Trinta Metros (TMT) sendo construído no Estado norte-americano do Havaí.
"Esta nova geração de telescópios gigantes visa precisamente detectar vida em outros planetas e determinar a origem da energia escura", explicou Leopoldo Infante, diretor do observatório de Las Campanas.
"É uma corrida destes três grupos por quem chega primeiro e quem faz a primeira descoberta".
Infante disse que o novo telescópio gigante será capaz de detectar moléculas orgânicas na atmosfera de planetas distantes.
O outro prêmio é estudar a energia escura, diferente da semelhantemente enigmática matéria escura, que é considerada uma propriedade do espaço e representa uma quantidade enorme do universo, mas continua sendo essencialmente um mistério a ser resolvido.