Por Mfuneko Toyana e Wendell Roelf
JOHANESBURGO/CIDADE DO CABO (Reuters) - O Congresso Nacional Africano (CNA) enfrentou seu teste eleitoral mais duro nesta quarta-feira, quando tentou reverter uma perda de apoio de eleitores frustrados com a corrupção e as desigualdades raciais uma geração depois de o partido ter conquistado o poder na primeira eleição multirracial da África do Sul.
O país realiza eleições parlamentares e provinciais em meio à frustração com a falta de progresso 25 anos depois de o CNA, de Nelson Mandela, chegar ao governo ao final do comando da maioria branca em 1994.
As filas nas zonas eleitorais estiveram grandes durante a manhã. Algumas das zonas eleitorais nos arredores de Johanesburgo abriram tarde ou não tinham material para a votação.
Autoridades disseram que os resultados podem ser anunciados no sábado.
A eleição nacional é a primeira no governo do presidente Cyril Ramaphosa, que substituiu Jacob Zuma, assolado por escândalos, como chefe de Estado em fevereiro de 2018 depois de quatro anos como seu vice.
As pesquisas de opinião indicam que o CNA voltará a ter a maioria das 400 cadeiras da Assembleia Nacional, mas analistas previram que sua margem de vitória recuará.
"Sou membro do CNA, mas não votei neles desta vez", disse o operário Thabo Makhene, de 32 anos, no polo comercial de Johanesburgo.
"Eles precisam que alguém os desperte. A maneira como eles administram o Estado, manejando mal os fundos estatais, eles perderam moral."
Os maiores oponentes do CNA são o principal partido de oposição, a Aliança Democrática (DA), e os Combatentes pela Liberdade Econômica (EFF) de esquerda.
O CNA recebeu 62 por cento dos votos na votação parlamentar de 2014, menos do que em 2009 e muito abaixo de seu melhor resultado, 69 por cento em 2004 com o presidente Thabo Mbeki.
Analistas atribuíram a perda de apoio às alegações de corrupção contra autoridades governamentais, a uma economia declinante com uma das maiores taxas de desemprego do mundo e às exigências dos cidadãos negros por uma distribuição de terras mais igualitária.
Ramaphosa – que se tornou líder do CNA depois de vencer por pouco uma facção aliada a Zuma – prometeu melhorar a disponibilidade dos serviços, criar empregos e combater a corrupção, mas suas reformas vêm sendo freadas por divisões e oposições de seu próprio partido.
(Reportagem adicional de James Macharia, Tiisetso Motsoeneng, Emma Rumney, Naledi Mashishi, Lynette Ndabambi, Onke Ngcuka e Nqobile Dludla em Johanesburgo, Tanisha Heiberg em Pretória, Sumaya Hisham na Cidade do Cabo e Siyabonga Sishi e Marius Bosch em Polokwane)