RIAD (Reuters) - A coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen disse neste sábado ter aceitado que um ataque aéreo no mês passado que matou dezenas de pessoas, incluindo crianças que viajavam em um ônibus, foi injustificado e prometeu responsabilizar os que contribuíram para que o erro fosse cometido.
A rara concessão segue uma escalada na pressão internacional, incluindo de aliados, para fazer mais para limitar as vítimas civis em uma guerra de três anos e meio que já matou mais de 10 mil pessoas e levou o já empobrecido país para a beira da fome.
A aliança, que tem o apoio do ocidente e combate o grupo Houthi, aliado ao Irã, no Iêmen, disse que o ataque em 9 de agosto mirava lançadores de mísseis utilizados para atacar a Arábia Saudita um dia atrás, e acusou os Houthis de usarem crianças como escudos humanos.
A equipe conjunta de avaliação de incidentes, um órgão investigativo criado pela coalizão, disse no sábado que os ataques haviam sido conduzidos baseados em informações de inteligência que indicavam que o ônibus levava líderes Houthi, e portanto seria um legítimo alvo militar, mas atrasos na execução do ataque e o recebimento de uma ordem de não-ataque ainda deveriam ser investigados.
"Houve um claro atraso no preparo do avião no horário e local apropriados, portanto perdendo (a oportunidade) de atacar o ônibus como um alvo militar em uma área aberta para evitar os danos colaterais", disse o conselheiro legal da equipe Mansour Ahmed al-Mansour a jornalistas na capital saudita.
"A equipe acredita que as forças de coalizão deveriam rever imediatamente a aplicação de suas regras de engajamento para garantir conformidade", acrescentou.
A coalizão anunciou posteriormente que aceitava as descobertas e prometeu responsabilizar qualquer um que tenha comprovadamente cometido erros.