Por Felipe Iturrieta
SANTIAGO (Reuters) - A explosão de uma bomba em um restaurante fast-food próximo a uma estação de trem subterrânea na capital chilena, Santiago, feriu pelo menos 10 pessoas nesta segunda-feira, e o governo afirmou haver sinais de um ato "terrorista".
A explosão aconteceu na hora do almoço em um pequeno shopping center e praça de alimentação próximos à estação Escuela Militar do metrô no bairro residencial e comercial de Las Condes.
"Este é um ato covarde, pois tem como objetivo ferir pessoas, criar medo e até mesmo matar pessoas inocentes", disse a presidente Michelle Bachelet.
"Nós vamos usar todo o peso da lei, incluindo a lei antiterrorista, porque os responsáveis por esses atos têm que pagar", completou ela.
As leis antiterrorismo garantem mais poderes aos promotores e permitem sentenças mais severas.
"Este é um feito que tem todas as marcas de um ato terrorista", afirmou Alvaro Elizalde, ministro e porta-voz do governo.
O ministro do Interior, Mahmud Aleuy, disse que câmeras de segurança mostraram que dois suspeitos armaram o dispositivo explosivo e fugiram em um carro. Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.
"Às 14h um artefato explosivo foi detonado no centro (mini-shopping center) ao lado da estação de metrô, e no momento as investigações estão sendo feitas para determinar a origem", afirmou Mario Rozas, chefe de comunicação da polícia.
Nenhum dos feridos teve lesões potencialmente fatais. Autoridades de saúde locais disseram que um homem venezuelano na casa dos 30 anos sofreu um trauma na perna e uma mulher teve pelo menos um de seus dedos amputados. Outros sofreram perdas auditivas.
"Eu estava almoçando, ouvi o barulho e saímos para ver e vimos muita fumaça, pessoas correndo e gritando", disse Joanna Magneti, que trabalha no shopping center.
"Um rapaz estava gravemente ferido, e uma mulher tinha ferimentos na mão", afirmou.
O Chile comemora nesta semana o 41º aniversário do golpe militar de 1973, que removeu do poder o presidente socialista Salvador Allende. Tradicionalmente, a data é marcada por protestos que às vezes se tornam violentos.
Uma série de artefatos explosivos já foi instalada perto de bancos e delegacias de polícia nos últimos anos. Em um dos casos um membro de um grupo de anarquista foi morto e outro ficou ferido quando os dois tentavam acionar o dispositivo.
Em julho, um artefato incendiário explodiu em um trem subterrâneo sem que ninguém ficasse ferido.
O metrô estava operando normalmente após a explosão, embora a estação Escuela Militar estivesse fechada, afirmou a polícia.
(Reportagem de Felipe Iturrieta, Fabian Cambero e Anthony
Esposito)