Por Isabel Coles e Saif Hameed
MOSUL/BAGDÁ, Iraque (Reuters) - A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu nesta quarta-feira um novo alerta sobre a situação humanitária no leste de Mosul, onde o Exército do Iraque, com apoio dos Estados Unidos, está envolvido em combates intensos com militantes do Estado Islâmico.
Mais de seis semanas após o início da ofensiva contra o último grande bastião urbano do grupo no país, o Exército está tentando desalojar os militantes escondidos entre civis nos bairros do leste, o único flanco que as tropas iraquianas conseguiram romper.
"A situação no leste da cidade de Mosul perto das linhas de frente continua repleta de perigos para os civis. Os disparos de morteiros continuam tomando vidas", disse o escritório de ajuda humanitária da ONU. "Os suprimentos limitados de alimento e água estão se esgotando em meio a relatos preocupantes de insegurança alimentar emergindo da cidade".
A água foi cortada para 650 mil pessoas --ou 40 por cento do total de moradores da localidade-- quando um aqueduto foi atingido durante os confrontos, disse uma autoridade local na terça-feira.
Em meio à chegada do inverno, os agentes humanitários dizem que um cerco total está se desenvolvendo ao redor da cidade e que as famílias pobres estão tendo dificuldade para se alimentar, já que os preços estão subindo.
Quanto mais o conflito se arrastar, mas civis irão sofrer, visto que também estão expostos à violência de militantes determinados a esmagar qualquer oposição a seu comando.
A vice-alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Kate Gilmore, disse nesta quarta-feira que há relatos de que o Estado Islâmico, que matou moradores que suspeita estarem colaborando com o Exército iraquiano, fuzilou 27 civis em público em Muhandiseen Park, em Mosul, na semana passada.