LIMA (Reuters) - A comissão eleitoral do Peru rejeitou nesta segunda-feira os recursos apresentados pelos candidatos presidenciais barrados Julio Guzmán e César Acuña, que pediam para serem readmitidos nas eleições do mês que vem, vetando a possibilidade de reversão de um veredicto polêmico.
Por 3 votos a 2, o Júri Nacional de Eleições determinou que Guzmán, que chegou a ficar em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, não pode participar das eleições de abril porque seu partido não cumpriu procedimentos eleitorais quando registrou sua candidatura presidencial.
Na semana passada, Guzmán, um tecnocrata centrista que explorou a frustração do eleitorado com os políticos tradicionais, disse que iria pedir que cortes locais intervenham na disputa, que ele chamou de fraude.
Acuña, um ex-governador rico que aparecia na quarta colocação, foi desqualificado para o pleito de 10 de abril por dar dinheiro a eleitores durante a campanha. Também na semana passada, Acuña afirmou que irá aceitar a decisão da comissão eleitoral.
A medida inédita de retirar dois candidatos bem colocados da corrida presidencial um mês antes da eleição atiçou os opositores de Keiko Fujimori, favorita há tempos, e abriu espaço para que Pedro Pablo Kuczynski, o preferido dos investidores, a desafie.
Kuczynski, ex-primeiro-ministro e economista do Banco Mundial, derrotaria Keiko por um ponto em um eventual segundo turno, de acordo com uma pesquisa de Ipsos publicada no jornal El Comercio nesta segunda-feira.
Sem Guzmán e Acuña na corrida, Kuczynski cresceu cinco pontos e chegou a 14 por cento das intenções de voto.
Keiko, que tem 40 anos e é filha do ex-presidente Alberto Fujimori, atualmente na prisão, tem apoio de 32 por cento dos eleitores, mas não se espera que ela obtenha a maioria absoluta necessária para vencer no primeiro turno.
Milhares de peruanos foram às ruas do centro da capital Lima no domingo para exigir que o Júri Nacional de Eleições impugne a candidatura de Keiko.
(Por Mitra Taj)