BEIRUTE/GENEBRA/PARIS (Reuters) - A oposição na Síria está aguardando que a Organização das Nações Unidas (ONU) esclareça questões centrais antes de decidir se comparece às negociações de paz agendadas para a próxima sexta-feira.
O governo sírio já concordou em participar das tratativas que o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, espera convocar em um formato indireto em Genebra, com o objetivo de encerrar a guerra civil de cinco anos que já matou 250 mil pessoas.
Mas um conselho opositor que tem apoio da Arábia Saudita e inclui adversários armados e opositores políticos do presidente sírio, Bashar al-Assad, ainda irá decidir se irá participar. O órgão viu o convite "positivamente", mas disse ter solicitado esclarecimentos do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O Comitê de Altas Negociações (HNC, na sigla em inglês) se reuniu em Riad pela segunda vez nesta quarta-feira para definir sua posição.
"Enviamos as perguntas. Estamos esperando a resposta", declarou uma fonte da oposição a par dos processos em Riad.
A fonte afirmou que a questão mais importante diz respeito à implementação de etapas delineadas em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que endossou o processo de paz. Elas incluem a suspensão de bloqueios a áreas sitiadas, o fim dos ataques a áreas civis e a libertação de pessoas detidas arbitrariamente.
Autoridades oposicionistas vêm dizendo reiteradamente que não podem concordar com as negociações até que as medidas sejam adotadas pelo governo e seus aliados como demonstração de boa vontade.
Até agora a diplomacia não foi capaz de resolver o conflito, que obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas, desencadeando uma crise de refugiados em países vizinhos e na Europa. De Mistura é o terceiro enviado internacional para a Síria. Seus dois antecessores – Kofi Annan e Lakhdar Brahimi – deixaram o posto.
(Reportagem adicional de Mariam Karouny e John Irish)