Por Josh Smith e Soo-hyang Choi
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disparou um suposto míssil balístico intercontinental (ICBM) no mar entre a península coreana e o Japão nesta quinta-feira, horas antes de o presidente da Coreia do Sul voar para Tóquio para uma cúpula que discutiu maneiras de conter a Coreia do Norte, que possui armas nucleares.
A Coreia do Norte tem realizado vários lançamentos de mísseis esta semana em meio a exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos que Pyongyang condena como ações hostis.
O míssil, disparado às 7h10 (horário de Pyongyang), voou cerca de 1.000 quilômetros em uma trajetória elevada, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
O Ministério da Defesa do Japão afirmou que o projétil do tipo ICBM parecia ter voado mais de 6.000 km por cerca de 70 minutos.
O ICBM possivelmente pousou fora das zonas econômicas exclusivas do Japão, 200 km a oeste da Ilha Oshima em Hokkaido, no norte do Japão, segundo o ministério.
O ministério divulgou imagens filmadas pela tripulação de um caça japonês F-15 do que acreditavam ser detritos em chamas do míssil caindo do céu.
O Japão não confirmou nenhuma informação sobre danos, disse o secretário-chefe do gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, acrescentando que havia feito um protesto por meio da embaixada da Coreia do Norte em Pequim.
"O lançamento de mísseis da Coreia do Norte é um ato bárbaro que aumenta sua provocação para toda a sociedade internacional", disse Matsuno. "Confirmaremos uma estreita cooperação com a Coreia do Sul e os EUA para a desnuclearização completa da Coreia do Norte na cúpula Japão-Coreia do Sul hoje."
A Coreia do Sul convocou uma reunião do conselho de segurança nacional e "condenou veementemente" o lançamento do míssil como um grave ato de provocação que ameaça a paz internacional.
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, ordenou que os militares de seu país realizassem exercícios com os Estados Unidos conforme planejado, dizendo que a Coreia do Norte pagará por suas "provocações imprudentes", segundo seu gabinete.
As forças sul-coreanas e norte-americanas iniciaram 11 dias de exercícios conjuntos, apelidados de "Escudo da Liberdade 23", na segunda-feira, realizados em uma escala não vista desde 2017 para combater as crescentes ameaças da Coreia do Norte.
Falando na Conferência sobre Desarmamento com sede em Genebra nesta quinta-feira, o embaixador norte-coreano na Organização das Nações Unidas, Han Tae Song, disse que os recentes exercícios de lançamento da Coreia do Norte são contramedidas diante de ameaças à sua segurança.
Os exercícios conjuntos EUA-Coreia do Sul são uma "ação militar provocativa extremamente perigosa" que pode levar a situação para uma "crise descontrolada e imprevisível", declarou ele.
(Reportagem de Hyunsu Yim, Josh Smith, Soo-hyang Choi e Ju-min Park em Seul, Kantaro Komiya e Kaori Kaneko em Tóquio; Reportagem adicional de Dan Whitcomb em Los Angeles, e Emma Farge em Genebra)
((