SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul emitiu um forte protesto contra a reivindicação territorial do Japão sobre ilhas disputadas, feita em uma estratégia de segurança nacional divulgada nesta sexta-feira por Tóquio, ao mesmo tempo que adotou cautela na resposta aos planos japoneses de realizar seu maior incremento militar desde a Segunda Guerra Mundial.
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que tomou posse em maio, tentou melhorar os laços com Tóquio, prejudicados pela disputa territorial sobre as ilhas e pelas disputas históricas decorrentes da ocupação japonesa da Coreia entre 1910 e 1945.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul exigiu nesta sexta-feira a retirada imediata das reivindicações territoriais dos documentos de estratégia nacional do Japão, dizendo em um comunicado que a medida não contribuiu em nada para "construir uma relação orientada para o futuro" entre os dois países.
O Ministério das Relações Exteriores disse mais tarde que convocou um diplomata graduado da embaixada do Japão em Seul para apresentar o protesto. O Ministério da Defesa, separadamente, disse que convocou um oficial de defesa japonês para protestar contra a reivindicação.
As ilhas conhecidas como Dokdo na Coreia e Takeshima no Japão são controladas por Seul com um pequeno contingente de guardas costeiros.
Em um outro comunicado, o Ministério das Relações Exteriores sul-coreano disse esperar que a implementação da nova política de segurança do Japão seja transparente e contribua para a paz e estabilidade regional, ao mesmo tempo que o país continua a manter o espírito de uma Constituição pacifista.
Qualquer exercício de capacidade de ataque contra a península coreana "deve necessariamente envolver consultas e acordos estreitos" com a Coreia do Sul, disse, numa aparente referência a possíveis ações para combater a agressão da Coreia do Norte.
Yoon, que fez da melhoria da cooperação com o Japão uma prioridade fundamental da segurança nacional, disse à Reuters em uma entrevista em novembro, que é compreensível que o Japão aumente seus gastos com defesa, dada a crescente ameaça do programa de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
(Reportagem de Jack Kim e Soo-hyang Choi)